quinta-feira, 22 de outubro de 2015

O Sorriso de Sá Carneiro





Dizem os crentes que Deus escreve direito por linhas tortas e ainda que mais vale tarde que nunca. Sá Carneiro deve estar feliz, pois quarenta anos depois Portugal viu a direita e a esquerda unida, formando dois blocos, o que ele sempre defendeu. Na Europa existem governos em diversos Países em que não são os mais votados, mas aqueles que tiveram a capacidade de se unir para governar com estabilidade e neste momento podemos contabilizar a Dinamarca cujo partido que lidera obteve 19% dos votos, Luxemburgo com 18,3% dos votos ,Bélgica foi o quinto mais votado (9,64% e Letónia. Vejamos tambem a opinião de pessoas de diversos setores da direita e da esquerda, tais como: - Alternativa de esquerda é "tão legítima" quanto governo de Passos, diz Adriano Moreira -.
- "Se Cavaco souber que AR chumba, nomeá-los é perda de tempo" - Portugal - DN
Constitucionalista Jorge Reis Novais defende que "Portugal não está em condições de brincar aos governos" e que só a esquerda pode garantir maioria no Parlamento.
O líder dos sociais-democratas alemães (SPD) e vice-chanceler do executivo germânico, Sigmar Gabriel, transmitiu hoje ao secretário-geral do PS votos de sucesso em relação processo de formação de um Governo liderado pelo próprio António Costa.
Martin Schulz, o presidente do Eurogrupo, considerou “absolutamente normal” que o líder do PS “tente encontrar aliados à esquerda”, admitindo que gostaria de ver o “amigo António Costa” como primeiro-ministro.
Cavaco tem a "obrigação constitucional" de empossar governo de Esquerda.
“Uma coisa é ser o mais votado nas eleições, outra coisa é conseguir formar Governo”, indica Freitas do Amaral.
A. Quintanilha, "Vivi 20 anos no neo-liberalismo do Reagan e para mim chega!".
Um governo de esquerda é uma solução democrática, faz parte das regras”, refere ex-dirigente do CDS José Ribeiro e Castro à VISÃO.
“Actual situação política é normal em democracia”, diz Eanes.
Confirma-se que o nosso atrazo é de quarenta anos em relação à Europa. Foi o tempo que levou a Democracia e união da esquerda. Por: Toni.





A frase do ano.

Paulo Portas é um monárquico convicto e não consta que tenha tentado implantar a monarquia”
Pedro Nuno Santos, em entrevista à TVI 24, 20.10.2015

O contexto
Nesta terça-feira, em entrevista à TVI 24, o deputado socialista Pedro Nuno Santos foi questionado sobre se a posição política do Partido Comunista contra a União Europeia poderia causar fricção e instabilidade no relacionamento PS/CDU, se chegassem a acordo para formar governo. Pedro Nuno Santos retorquiu que, da mesma forma que “Paulo Portas é um monárquico convicto e não consta que tenha tentado implantar a monarquia”, também o Partido Comunista, apesar das suas convicções, apoiará um governo alternativo sem exigir a saída do euro.


O sorriso de Sá Carneiro
(José Miguel Júdice, in Expresso, 17/10/2015)

José Miguel Júdice
           
(Nota: Consta que o filósofo grego Diógenes, discípulo de Aristóteles, se tornou mendigo e habitava as ruas de Atenas fazendo da pobreza extrema uma virtude. Nessas andanças, deambulava pela cidade durante o dia com uma lamparina acesa, alegando que se limitava a andar à procura de um homem honesto.
Nestes de dias de aceso debate sobre a situação política do país e as soluções governativas que se prefiguram, eu tenho lido as mais estapafúrdias opiniões de
gente credenciada e bem falante, sobretudo de gente da área da Direita. Como só encontrava “tesourinhos” mais que deprimentes, muni-me da candeia de Diógenes. Estava farto de andar e não encontrava nem inteligência, quanto mais honestidade, e muito menos opinião que fosse além do panfleto alinhavado com o objetivo de, no imediato, entregar o Poder à PAF. Estava quase a desistir quando encontrei este texto de alguém que vem da área da direita mas que consegue somar dois mais dois e apresentar um raciocínio com princípio meio e fim: José Miguel Júdice. É, pelo menos, uma reflexão não subordinada a um objetivo tático de curto prazo sobre as condições de governabilidade do país. E por acaso, ou talvez não, vem de alguém que privou diretamente com Sá Carneiro, o tal político cujo pensamento este PSD esqueceu durante quatro anos, tendo-o enterrado definitivamente, rendido ao liberalismo radical dos seus parceiros da direita mais ultramontana. Aqui fica, pois.  Estátua de Sal, 17/10/2015)

1 Há quase 40 anos — mesmo antes de Sá Carneiro e Freitas do Amaral terem criado a AD — que defendo que o equilíbrio homeostático do sistema político é mais bem servido pela bipolarização ao centro, a qual pressupõe acordos do PS com a sua esquerda. Defendi-o também no tempo do Bloco Central.
2 Defendi, também e designadamente desde a vitória de António Costa nas primárias do PS, que ele não deveria optar por se aliar a partidos à sua direita, por razões político-sociológicas que neste espaço limitado não consigo pormenorizar. Tendo ele perdido as eleições, ainda menos razões existem para o fazer.
3 É certo que Costa cometeu quase todos os erros do catálogo e transformou uma vitória anunciada numa derrota que o fragilizou; mas se daí (lhe) resultam grandes dificuldades, não se altera o essencial do que há tanto tempo defendo.
4 A integração do PCP e do BE no espaço da “cultura política” (ou “arco da governação”) é menos perigosa em tempo de protetorado, como o que vivemos, do
que em tempos propícios ao “fartar vilanagem”. E é essencial ao funcionamento equilibrado do sistema.
5 Se Costa não tentasse esse acordo à esquerda, seguindo o seu instinto, estaria perdido (e o DNA da política é a arte e a pulsão de sobrevivência); e passaria a mensagem errada para a própria sobrevivência do PS, num caminho daquilo a que se vem chamando a “pasokização”. Mas se não conseguir chegar a acordos (depois de compreensivelmente a coligação ter cortado as negociações) também provavelmente não se aguentará no PS. Está a negociar sem alternativas o que reforça infelizmente o poder da extrema-esquerda.
6 Em todo o caso ainda bem que acabou a tentativa de cedência quase total do PSD/CDS ao programa PS para dessa forma conseguir governar. O que parece ter sido a matriz do esforço da coligação para evitar a abertura à esquerda, seria em
termos sistémicos bem mais grave para os equilíbrios que a Europa nos exige do que o governo de esquerda: a coligação comprometer-se-ia com soluções inviáveis e o sistema ficaria num plano inclinado incontrolável, com a esquerda (incluindo parte substancial do PS) a exigir sempre mais, sem necessidade de ponderar o choque da realidade.
7 Como sempre quando se quebram tabus existe um momento de descontrolo mais ou menos pueril. Os “amanhãs que cantam”, o romantismo lacrimejante, o próprio erotismo da epifania, podem conjurar-se para um caminho para a decadência e a irrelevância da esquerda, após a festa e as fantasias… se quem manda em nós deixasse. Esse o problema e a solução: o Bloco e o PCP devem copiar o Tsipras de setembro e não o de janeiro.
8 A jogada de António Costa tem algo de prestidigitação, o que confirma o seu sentido tático e político; mas não mascara que ele foi o principal derrotado nas eleições legislativas. Se o PS tivesse mais 20 deputados, a abertura à esquerda
seria feita muito mais nos seus próprios termos. Mas, como disse alguém, as coisas são o que são. E em todo o caso, mesmo sendo mais pequeno, o PS continua a ser um urso a abraçar os pequenitos.
9 O primeiro efeito deste acordo parece ser que agora Marcelo Rebelo de Sousa tem uma autoestrada sem trânsito para Belém. O mais dotado político da minha geração e o mais dotado na geração seguinte vão ter de reinventar o sistema político novo que nascerá de um governo de bipolarização à esquerda.
10 Depois da teoria do “partido natural do Governo”, tentando ocupar todo(s) o(s) centro(s), e que Soares, Guterres e Sócrates cada um ao seu modo tentaram concretizar, com António Costa chega a bipolarização perfeita, que há quase 40 anos venho defendendo. Sá Carneiro, lá onde estiver, deve estar a sorrir.



Após mais de 41 anos sobre o 25 de Abril, quatro coisas estão mais que provadas e comprovadas:
1ª - Os Comunistas não comem criancinhas ao pequeno almoço;
2ª - Mas a direita come o pequeno almoço às criancinhas!!!
3ª - Os comunistas não dão injeções atrás das orelhas aos velhos.
4ª -Mas a direita quer que os velhos morram.
Ironia da história"Tudo o que temíamos acerca do comunismo – que perderíamos as nossas casas e as nossas poupanças e nos obrigariam a trabalhar eternamente por escassos salários e sem ter voz no sistema – converteu-se em realidade com o capitalismo. Jeff Sparrow.
http://viriatoapedrada.blogspot.pt/2015/07/divida-socrates-passosportas.html






Coligação à Esquerda
Conheça países europeus liderados por quem perdeu as eleições - JN
Dinamarca com 19% dos votos, Luxemburgo com 18,3% dos votos ,Bélgica foi o quinto mais votado (9,64%, Letónia, Suécia, Noruega e Finlandia.

Alternativa de esquerda é "tão legítima" quanto governo de Passos, diz Adriano Moreira -.Jaime N. Pinto, José M. Júdice.

- "Se Cavaco souber que AR chumba, nomeá-los é perda de tempo" - Portugal - DN
Constitucionalista Jorge Reis Novais defende que "Portugal não está em condições de brincar aos governos" e que só a esquerda pode garantir maioria no…

O líder dos sociais-democratas alemães (SPD) e vice-chanceler do executivo germânico, Sigmar Gabriel, transmitiu hoje ao secretário-geral do PS votos de sucesso em relação processo de formação de um Governo liderado pelo próprio António Costa.

Martin Schulz, o presidente do Eurogrupo, considerou “absolutamente normal” que o líder do PS “tente encontrar aliados à esquerda”, admitindo que gostaria de ver o “amigo António Costa” como primeiro-ministro. 

Não me lembro de ver ninguém preocupado quando foi chumbado o PEC IV, por sinal uma solução já aprovada por Bruxelas, BCE e Merkel, que o Parlamento rejeitou, mas que Espanha e Italia aproveitou. A destruição dessa consequência está bem visível nestes quatro anos.
Anormal foi a coligação de direita com a esquerda para derrubar Sócrates chumbando o PEC IV. Se esta coligação de esquerda seguir em frente é a remissão de um pecado que devia ter
recebido um grande castigo, mas que afinal não aconteceu, não só à esquerda, mas também à direita pelo mal que fizeram a Portugal e ao seu povo, desde logo por terem colocado os interesses pessoais e do partido à frente dos interesses do País. Todos sabiam que o governo de Sócrates caia e era necessário pedir ajuda externa. Sócrates lutou até ao limite das suas forças, mas ironia da história é o único que até ao presente esteve preso.
Podemos estar perante um momento muito importante na vida política portuguesa se esta coligação vier a ser feita. Desde logo a responsabilização do PC e BE na governação. O sonho de Sá Carneiro era a existência de dois partidos, um da direita e outro da esquerda. Depois da queda do muro, ficou comprovado que não se comem crianças ao pequeno almoço nem se dão injeções atrás da orelha aos velhos, mas há quem coma o almoço às crianças e quem ache que os velhos são a peste grisalha.
http://viriatoapedrada.blogspot.pt/2015/09/comparando-governo-de-socrates-e-passos.html



Apesar da instabilidade política, o País passou com sucesso mais um teste aos mercados. A seis meses, colocou bilhetes do tesouro à melhor taxa de sempre…
ECONOMICO.SAPO.PT

“Uma coisa é ser o mais votado nas eleições, outra coisa é conseguir formar Governo”, indica Freitas do Amaral.
NOTICIASAOMINUTO.COM



É que da leitura que faço de tudo o que se passou os resultados eleitorais do dia 4 de Outubro de 2015 e em termos percentuais foram os seguintes:

Partido Socialista – 32,38% - 1.747.685 - 86 deputados , (mais 15.000 que o PSD)
Partido Social Democrata – 29, 87%(incluindo votos Madeira) - 89 deputados - 1.732.118 - (-15.000 que o PS)

Bloco de Esquerda – 10,22% - 549.153 - 19 deputados
CDS / Partido Popular – 8,81% - 18 deputados
Coligação Democrática Unitária – 8,27% - 444.319 - 17 deputados
PAN – 1,39% - 1 deputado
PAF - (PSD/CDS) - 2.067.722 - menos - 300.000 -107 deputados (89± 18)
PS - 1.747.685 - 86 deputados
BE - 549.153 - 19 deputados
CDU - (PC - Verdes) - 444.319 - 17 deputados
Total - 230 deputados




Observatório da Isenção Informativa partilhou a foto de Luis Vidigal Rosado Pereira. Patrocinado ·
----- Resultado das LEGISLATIVAS de 2015, por partidos ------
Observatório da Isenção Informativa - A Informação para a Acção
(Obrigado a Luis Vidigal Rosado Pereira).



AFINAL O PS GANHOU AS ELEIÇÕES
É só saber fazer contas...
Se analisarmos os resultados da Coligação PAF, desdobrando os 38,6% obtidos nas legislativas de 2015, pelo PSD e pelo CDS, proporcionalmente aos resultados que estes dois partidos alcançaram em 2011, o PSD ficaria com 29,2% e o CDS com 9%, sendo os únicos partidos que efetivamente perderam votos.
Feitas as contas aos partidos do PAF sem coligação, o PS efetivamente ganhou as eleições com 32,4% contra 29,2% do PSD, a não ser que a intenção de voto no CDS fosse tão baixa que devolvesse este partido para o "taxi".
Tendo em atenção o que está a acontecer em todos os países europeus, em que os votos se têm extremado à esquerda e à direita, seria provável que o PSD tivesse ainda menos votos em proporção ao CDS.
Os únicos partidos que aumentaram o número de votos em relação a 2011 foram o PS, o BE e a CDU.
Com a coligação PAF e a deriva ultra liberal do XIX governo, a política portuguesa extremou-se à esquerda e à direita, acabando por desaparecer o tradicional "Centrão".
O radicalismo da coligação PAF esgotou as hipóteses de coligação com o centro-esquerda e empurrou o PS para as alianças que, ao fim de 40 anos, se mostraram disponíveis à sua esquerda para viabilizar um governo.
A DERIVA LIBERAL DO PSD RADICALIZOU O PAÍS E EMPURROU O PS PARA ALIANÇAS À ESQUERDA. Por: Luis Vidigal Rosado Pereira



Em 1976, na Assembleia Constituinte, Jorge Miranda, deputado do PPD, pronunciava-se assim a propósito do actual art.º 195.º da CRP (Constituição da República Portuguesa):
“Sr. Presidente, Srs. Deputados: Para uma pequenina intervenção, uma vez que matéria tão delicada como esta não pode passar sem uma posição clara. No nosso programa defende-se o parlamentarismo mitigado e um sistema só é parlament...
...


Os golpistas de direita podiam ler Jorge Miranda (à época, deputado do PPD) . Talvez aprendam alguma coisa.

"É a própria credibilidade da democracia que exige que constantemente o Governo seja um Governo apoiado pela maioria dos Deputados, porque senão estamos a destruir a democracia ou, quando menos, a destruir o poder efectivo da Assembleia da República, que fica reduzida a mera Câmara de registo das decisões do Presidente." Por: João Galamba.




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