terça-feira, 24 de junho de 2014

Os Negociadores do Estado Miguel S. Tavares

                                    
                    
Harald Schumann, jornalista alemão que está a realizar um documentário sobre a troika, explica ao PÚBLICO por que acusou o Governo português de "censura".Há uma semana, na conferência de imprensa de rotina do...
COMUNIDADE-ALEMANHA.DE

         
                                     
                          
                     


OS FACILITADORES
O título, só por si, já era assustador: "Goldman Sachs aposta em Portugal". E a entrevista em que António Esteves, apresentado como ex-desportista de elite e actual partner do banco, revelava ao Expresso da semana passada os planos que eles têm para Portugal era de dei­xar em estado de alerta quem quer que conheça a história desse grande preda­dor global que é a Goldman Sachs. Qua­se se pode dizer que o que é bom para a Goldman Sachs é fatalmente mau para os países onde eles fazem negócios, pa­ra os seus consumidores e contribuin­tes. Pois que, como diz António Este­ves, "a Goldman é um banco muito di­reccionado para a performance". Isto é, não está especialmente interessado em financiar a economia dos países on­de se instala, mas em realizar o máxi­mo de lucros no mínimo de tempo. Que o digam os gregos ou os america­nos, que o diga a Comissão Europeia que acaba de a multar por manipula­ção das taxas Euribor, em cartel com outros tubarões da banca internacio­nal, que o diga a história desta crise mundial, onde a Goldman Sachs de­sempenhou um papel à altura dos seus pergaminhos. Agora que 250.OOO portugueses paga­ram com o desemprego e outros tantos com a emigração as políticas devastado­ras impostas pelo resgate a que fomos obrigados em consequência da crise ex­portada a partir dos EUA para o mun­do inteiro e causada pela ganância cri­minosa de bancos como a
Goldman Sachs; agora que o resgate estilhaçou a legislação laboral, tornando qualquer novo emprego um trabalho precário e fazendo recuar dez anos o nível das re­munerações salariais; agora que o Go­verno português, fiel executante do que chamam o "processo de ajustamento da economia portuguesa", vende tudo o que é empresa estatal lucrativa, sem qualquer salvaguarda do interesse pú­blico; agora que as grandes empresas privadas, outrora chamadas "campeões nacionais", ou se expatriaram ou foram descapitalizadas por taxas de juro ban­cárias insustentáveis, praticadas pelas Goldman Sachs deste capitalismo de ra­pina; agora que, enfim, Portugal se tor­nou barato, vulnerável e indefeso, Antó­nio Esteves, como grande quadro ban­cário que é, repara que aqui "há oportu­nidades muito interessantes para os in­vestidores que estão à procura de acti­vos que lhes dêem mais retorno vis-à-vis com o resto da Europa". Foi isso que eles já fizeram, tornando-se o maior accionista privado dos CTT, na recente privatização levada a cabo pelo Governo. E isso é apenas o princípio, pois, como ele diz, "olhamos com mui­tos bons olhos para Portugal". Não contribui muito para me sosse­gar a notícia da contratação de José Luís
Arnaut pela Goldman Sachs — na­quilo que suponho ser a primeira conse­quência prática da nova política do ban­co para Portugal, definida por António Esteves como assentando no "investi­mento em pessoas e talento". Desco­nhecendo eu qualquer talento ou expe­riência bancária de Arnaut, resta o seu talento — esse, sim, por todos reconhe­cido — no capítulo "pessoas". Tal como Miguel Relvas, outro notável talento em "pessoas", o novo "conselheiro" da Goldman Sachs, José Luís Arnaut, tem a capacidade de chegar às pessoas que interessam, utilizando um inestimável património, trabalhado com mestria anos a fio, e que no ramo se chama "lis­ta de contactos" — dos que atendem o telefone. Trata-se de uma próspera acti­vidade em qualquer lugar do mundo, mas sobretudo em países como Portu­gal, onde tudo pode ser vendido, con­cessionado, facilitado, negociado, e on­de a intimidade com o poder é a chave dos grandes negócios. Estes profissio­nais são bem designados pela deliciosa expressão que um amigo de Relvas en­controu para caracterizar a sua actual actividade: "um facilitador de negó­cios". O "facilitador de negócios", às ve­zes também designado por outras ex­pressões mais cruas ou menos elegan­tes, é alguém que tem a capacidade de fazer poupar tempo e desembrulhar dossiês complicados, encontrando sem­pre um vendedor para um comprador, um decisor para um interessado. José Luís Arnaut é, neste aspecto, um ás de trunfo para a Goldman Sachs: basta di­zer que não houve privatização feita por este Governo em que ele não tenha estado presente, representado ou os "investidores" face ao Estado ou o Esta­do face aos "investidores" — o que diz muito sobre a sua capacidade de acro­bacia negocial e ausência de estados de alma nocivos e deslocados. Não pen­sem que é fácil ou que qualquer um po­de chegar a
um tão elevado estatuto na distinta profissão de facilitador de negó­cios. Não é essencial ter estado na políti­ca, mas é indispensável dormir com a política, sem olhar a camas. Embora a filiação num grande escritório de advo­cacia de tráfico de influências seja im­portante como porta de entrada, há ou­tras formas de lá chegar que não requerem sequer qualquer habilitação acadé­mica ou título profissional, como Rel­vas bem ilustra: uma agenda de contac­tos irrepreensível vale mais do que qual­quer PhD ou o nome no papel timbrado de uma sociedade de advogados. É ain­da necessário que essa agenda não se limite a conter o nome de políticos de um governo, pois que os governos vão mudando, enquanto que o essencial dos contactos deve permanecer na agenda: "jotinhas" do "arco da governa­ção", líderes emergentes da oposição, alguns autarcas de concelhos atracti­vos, académicos e técnicos tantas vezes necessários para dar credibilidade às pretensões, professores de direito para venderem pareceres, jornalistas para colocarem notícias ou opiniões a troco de um pagamento adequado. E é neces­sário também evitar que se aposte tudo apenas num nome em cada momento, para não acontecer o que aconteceu a Relvas, quando o seu grande contacto brasileiro, José Dirceu, acabou em des­graça atrás das grades. É um trabalho de filigrana, que exige inteligência, tac­to, cautela e capacidade de observação, muitos pequenos-almoços, muito salão, muita gravata Hermès. No fim de tudo isto, garantidos "os talentos e as pes­soas" certas, a Goldman Sachs pode di­zer, pela boca do seu partner António Esteves: "Portugal é um risco de que gostamos". Compreende-se o gosto, não se percebe é o risco. 
Quando questionado sobre a sua omnipresença em todos os processos de privatizações, José Luís Arnaut defende-se atacando o miserabilismo dos crí­ticos e louvando-se de ter ajudado a tra­zer para Portugal milhares de milhões de "investimento externo". É um
ponto de vista de quem acha que toda venda de bens públicos ao exterior é um inves­timento e bem-vindo. Mas, na mesma edição do Expresso da semana passa­da, um painel de economistas, professo­res e gestores defende exactamente o contrário, criticando o que se privati­zou e a forma como foi feito, chamando a atenção para a perda de poder de de­cisão alienado ao estrangeiro, para a perda de dividendos para o Estado e pa­ra a perda de lugares qualificados para portugueses nas empresas vendidas. Não é inocentemente que os progra­mas da troika para Portugal, Grécia e Irlanda insistiam tanto nas privatiza­ções, E não foi por capricho que mes­mo o governo de direita de Rajoy tudo fez para evitar a receita da troika em Espanha. 
Quando acontecer o 1640 de Paulo Portas, marcado para 17 de Maio, só por inconsciência ou por conveniência se poderá dizer que recuperámos parte da nossa soberania. Apesar das privati­zações (justificadas para a diminuir), a dívida pública terá aumentado, mas, por via delas, Portugal terá alienado quase tudo o que, no sector económico, público ou privado, caracteriza um país soberano. A produção de electricidade foi vendida a uma empresa estatal chi­nesa, a distribuição dada em monopó­lio a chineses e árabes, parte substan­cial da banca e dos combustíveis vendi­dos a angolanos, os cimentos e as tele­comunicações aos brasileiros, os aero­portos aos franceses, a única compa­nhia aérea prestes a ser vendida a quem mais der, os correios aos america­nos da Goldman Sachs ou clientes seus, um terço do mercado de seguros tam­bém aos chineses e o próprio forneci­mento de água, o mais essencial de qualquer bem público, pronto a ser con­cessionado a quem os "facilitadores de negócios" determinarem. Se isto vai ser um país soberano, eu prefiro que voltem os Filipes. EXPRESSO 18/JAN/2014




NÃO HÁ FESTA NEM FESTANÇA EM QUE
NÃO ESTEJA O 'FACILITADOR' ARNAUT

«O grupo francês tem a Uría Menéndez como assessor jurídico e o Goldman Sachs e o Morgan Stanley como 'advisors' financeiros, a par da Perella Weinberg.»Por: Telmo V. Pereira


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A Golden Share PT, EDP, GALP

Os direitos especiais (a golden share) que o Estado, enquanto accionista, detinha na PT (assim como na EDP e na Galp) foram eliminados pelo Decreto-Lei n.º 90/2011, de 25 de Julho, na sequência de deliberação tomada a todo o vapor no Conselho de Ministros reunido em 5 de Julho de 2011. O governo de Passos Coelho, Vítor Gaspar & Paulo Portas havia tomado posse a 21 de Junho."Rapinado ao Miguel Abrantes e ao Câmara Corporativa.


Transcrevo uma opinião que repõe a verdade:
Miguel Sousa Tavares, no "Expresso"
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«(…) Na semana em que se assistiu ao consumar do previsível destino da PT, depois do empréstimo de 900 milhões à Rioforte, assistiu-se também a uma tentativa, por parte do primeiro-ministro e dos seus apaniguados, de reescreverem a história, mandando as culpas para cima do inevitável José 
Sócrates. Ora, como este é um país onde a memória é uma maria-vai-com-todos, não fica mal recordar os factos. Quando o ambiente entre a PT e a Telefónica na gestão da brasileira Vivo, em que ambas possuíam 50%, se tornou inviável, a Telefónica propôs-se comprar a parte da PT a preço de amigos. A proposta, que significava também o fim do projecto da PT no Brasil, no qual investira anos a fio, foi aceite por todos os accionistas privados da PT. E foi José Sócrates, sim, quem, utilizando a golden share do Estado, se opôs à venda, forçou a Telefónica a subir substancialmente a sua oferta e negociou directamente com Lula da Silva a entrada da PT na Oi, na posição dominante que a sua superior capacidade tecnológica justificava. A recompensa que teve por parte dos accionistas privados da PT, a quem deu a ganhar um balúrdio de dinheiro, foi a antecipação da distribuição dos lucros, para fugirem ao aumento do imposto de mais-valias orçamentado para o ano seguinte. Depois, nada mais teve que ver com Sócrates: Passos Coelho abriu mão da golden share, a simples pedido de Bruxelas (a que só nós acedemos) e, uma vez entregue exclusivamente aos seus outros accionistas, seguiu-se o que se seguiu e a PT acabou dominada, menorizada e humilhada pelo seu sócio brasileiro, preparando-se agora para entregar os restos a uma qualquer multinacional de passagem por Lisboa. Eis como acabou o grandioso projecto tricontinental da PT! Que jeito dá ter José Sócrates sempre à mão! (…)»

A Culpa é sempre de Sócrates quer chova ou faça Sol.

Também Pires de Lima se junta ao coro, tipo Sócrates culpado da PT, Uau que original. 
Sócrates disse a Carlos Costa que vigiasse mal o BES 

Sócrates disse a Cavaco, a Maria Luís e Passos que sossegassem os accionistas afiançando que o BES tinha almofada, e colchão viscoelástico. 
Recuando Sócrates armou uma embrulhada no BPN e meteu lá todos os seus amigos do PSD para os beneficiar. 
Sócrates está contendo a justiça para não condenar ninguém do BPN 
Sócrates disse ao Paulinho das feiras que se deixasse de beijoriquices e se metesse no negócio dos submarinos. 
Também foi o culpado de não ter visto que o Passos não podia receber 60 mil euros de exclusividade no Parlamento porque trabalhava para uma ONG ardilosa que lhe garantia a bonita soma de mil contos mensais, que como não constam do IRS do Passos devem estar no de Sócrates. BEM ISTO NÂO TEM FIM? Por: mariatenta.




Aventureiros sem glória

Não quero entrar nos detalhes da história da ascensão e queda de Ricardo Salgado. Tem demasiado odor a suor e outras secreções para ser um assunto sobre o qual alguém que preserve um sentido apolíneo da decência e da beleza queira escrever. O problema é de outra natureza. Salgado, Oliveira e
Costa, Rendeiro, Dias Loureiro são as ovelhas negras de uma casta que domina a Europa inteira: os banqueiros da UEM. Uma elite certificada pelo Tratado de Maastricht e pelas regras de funcionamento da zona euro. Tal como os aristocratas da Europa do absolutismo, também eles estão acima da lei geral. Inimputáveis, manipulam os governos e fazem do sistema de justiça um interminável jogo de paciência que termina, invariavelmente, em absolvição por cansaço e prescrição. Foi a sua desmesura que transformou o sistema financeiro, de importância vital para uma sociedade de mercado funcional, no palco para uma tragédia de Shakespeare. Nem todos os membros desta elite se comportaram abusivamente, mas a simples possibilidade de o abuso de poder passar sem castigo, provocou o carrossel de especulação e a avalancha de crédito Norte-Sul dos primeiros anos do euro. Foi sobretudo a ganância do sistema financeiro, e não o despesismo dos Estados, que conduziu a Europa ao atual beco sem saída. A mesma ganância conduziu à Grande Depressão de 1929. Nessa altura, sob liderança dos EUA de F. D. Roosevelt, o financismo foi colocado no seu lugar por uma firme regulação do negócio bancário, que garantiu a prosperidade económica durante muitas décadas. Hoje, a União Europeia continua paralisada, sem a necessária coordenação e firmeza políticas, indispensáveis para colocar o sistema financeiro dentro dos limites da lei e da ordem.  Por: Viriato Soromenho Marques / DN


"O grosso do investimento está concentrado em obrigações do Tesouro (títulos a longo prazo) que valiam 7391 milhões de euros. Em bilhetes do Tesouro estavam aplicados 1296 milhões de euros."
Passado um ano da última decisão de Vítor Gaspar como ministro das Finanças,...
IONLINE.PT


A Verdade da Mentira e a culpa de Sócrates.

OS Banqueiros são os culpados da crise e do pedido do resgate. Estamos todos a trabalhar para a banca.
O que levou o País e a Europa a esta situação/crise, foi a ganância dos bancos. Os Banqueiros deviam ter vergonha de sair à rua.
Tudo começou em 2007 com a bolha imobiliária, "Suprime" nos EUA e em 2008 com a falência do Lehman Brothers. De seguida a economia arrefece a tal ponto que Bruxelas dá ordem para os Estados investirem e fala-se na Europa e nos EUA em TGV, Aeroportos e Portos além de Auto-Estradas. A receita a cobrar pelos governos cai a pique. Os Estados tomaram nas suas mãos o endividamento dos privados e de uma maneira geral da Banca. Nós por cá foram milhões e milhões, não só no BPN, mas também no BPP, BCP, BANIF e de uma maneira geral em toda a banca. A ordem na Europa foi para salvar a banca e não deixar falir nenhum. Aconteceu em toda a Europa, incluindo na Alemanha. A Irlanda é um dos melhores, ou antes dos piores exemplos. Dinheiro da troika não foi "para pagar salários e pensões", mas aos credores. Bancos Alemães e Franceses.
O professor de Economia José Maria Castro Caldas afirmou hoje, em Coimbra, que o dinheiro emprestado pela 'troika' a Portugal não foi para pagar salários e pensões", mas para pagar a credores.
"A Dívida Privada é muito superior à dívida Pública. Porque ninguém fala disso. O que se passa então para a dívida subir em flecha? Foi porque o Estado passou a gastar muito mais na saúde, no ensino, na investigação? Não! A subida em flecha da dívida pública deu-se devido à quebra de receitas provocadas pela crise, porque no essencial o Estado tomou nas suas mãos o desendividamento e a capitalização da banca.( Também das empresas públicas) Carlos Carvalhas."

 Presente na conferência internacional organizada pelo Banco Central Europeu (BCE) que desde domingo decorre em Sintra, o prémio Nobel da Economia de 2008, Paul Krugman, considerou que Durão Barroso entrou em profunda negação ao considerar que o euro não teve nada a ver com a crise que tudo resultou de políticas falhadas ao nível nacional e à falta de uma vontade política.
Para Paul Krugman o que aconteceu foi o seguinte: primeiro a criação do euro encorajou fluxos de capital para o sul da Europa, depois o dinheiro secou -- e a ausência de moedas nacionais significou que os países endividados tiveram de se submeter a um processo de deflação extremamente doloroso", afirma o economista, que tem sido muito crítico das políticas de austeridade na Europa.



Vitor Gaspar no FMI; José Luis Arnaut na Goldman Sachs; Alvaro Santos Pereira na OCDE; agora Carlos Moedas na Comissão Europeia... A "coelhada" a expandir-se por esse mundo fora... Não temos um governo mas sim um centro de colocação de emprego, entenda-se de "tachos"...
Norberto Rodrigues, especialista em administração pública, considera que Maria...
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