domingo, 11 de maio de 2014

Portugal e Grécia Bancos Alemães

             

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"Schäuble está a mentir: os empréstimos à Grécia foram um resgate aos bancos alemães" ! aconteceu o mesmo com Portugal. A nossa divida passou para a banca portuguesa e Segurança Social.

Philippe Legrain. Ao DN, o economista que trabalhou com Durão Barroso, como conselheiro, diz esperar que a Atenas chegue a acordo com os credores e avisa para as consequências da saída da Grécia da zona euro.


                        

Ontem a dívida mudou mais uma vez;aumentou em 5,5 mil milhões de euros. Já deve estar nos 213 mil milhões de euros. Mais 60 mil milhões que a dívida deixada por Sócrates. Por: Dieter Dellinger.

                          


E Portugal?




O comentário de Carlos Paz, economista, num programa conduzido por Eduarda Carvalho. "Assembleia Geral" de 7 de Janeiro de 2015.
VIDEOS.SAPO.PT

                       
A chamada crise das dívidas soberanas, como recordou Paul de Grauwe na Gulbenkian, nunca foi uma crise de finanças públicas, foi sempre uma crise que se deve a uma arquitectura monetária disfuncional e que foi agravada pela obsessão em reduzir os défices públicos através da austeridade.

                     

Os 78 mil Milhões de Euros que nos colocaram como garrote servem a quem?


Contribuintes europeus estão a pagar as perdas dos maus investimentos feitos pelos credores alemães e franceses
TVI24.IOL.PT

              
                     
Recusar a culpa João Galamba

                       
         
                       

Ferreira Leite diz caso BES mostra que programa da Troika foi mal concebido. (Afinal o que andou lá a fazer Catroga e Frasquilho)
Para a ex-líder do PSD, o programa de ajustamento da Troika foi "mal concebido" por "não levar em conta a nossa realidade": "Achámos que o setor público era a origem de todos os males (..)O problema do setor público está quase resolvido e afinal o país não cresce, porque afinal o mal não está apenas no setor público, está também no setor privado, como prova este caso", afirmou esta quinta-feira à noite na TVI24.
"Afinal havia ali um grupo ao nosso lado, esse sim, vivia acima das suas possibilidades e ninguém deu por nada (...) O que é que cá esteve a fazer a Troika e as pessoas que forneceram elementos à Troika?", acrescentou.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/ferreira-leite-diz-caso-bes-mostra-que-programa-da-troika-foi-mal-concebido=f883038#ixzz38SLIzRQ8

                         
José Maria Castro Caldas. Dinheiro da troika não foi "para pagar salários e pensões", mas aos crédores
O professor de Economia José Maria Castro Caldas afirmou hoje, em Coimbra, que o dinheiro emprestado pela 'troika' a Portugal não foi para pagar salários e pensões", mas para pagar a credores.  



O Governo PSD/CDS Passos/Portas aumentou mais a dívida em três anos que Sócrates em seis. Barroso/Santana 68% do PIB, Sócrates 94% do PIB, Passos/Portas 135% do PIB. A Isto há quem chame recuperação.

                       
 “A entrada da troika em Portugal resultou da pressão exercida pelo PSD e pelo CDS-PP.” A chanceler Angela Merkel “não queria uma intervenção concertada, regulada, com um Memorando, mas uma solução como a que foi encontrada para Espanha e Itália, por isso o apoio ao PEC IV. Lobo Xavier CDS

                     

Banqueiros culpados da crise e do pedido do resgate. Estamos todos a trabalhar para a banca.
Ontem, 26 de Abril Durão Barroso numa entrevista na TV disse, o que levou o País e a Europa a esta situação/crise, foi a ganância dos bancos.  Os Banqueiros deviam ter vergonha de sair à rua.                                                         Então não foi Sócrates? Os pulhas confessam-se finalmente.

A Dívida Privada é muito superior à dívida Pública. Porque ninguém fala disso.                O que se passa então para a dívida subir em flecha? Foi porque o Estado passou a gastar muito mais na saúde, no ensino, na investigação? Não! A subida em flecha da dívida pública deu-se devido à quebra de receitas provocadas pela crise, porque no essencial o Estado tomou nas suas mãos o desendividamento e a capitalização da banca. Carlos  Carvalhas


A situação a que chegámos não foi uma situação do acaso. A União Europeia financiou durante muitos anos Portugal para Portugal deixar de produzirnão foi só nas pescas, não foi só na agricultura, foi também na indústria..  Por: António Costa
Sócrates disse que Barroso obrigou Portugal a reforçar austeridade
Deputado socialista francês relatou o episódio contado por Sócrates para denunciar o que considera ser a acção pouco transparente da “troika” em relação aos países resgatados.


"O grosso do investimento está concentrado em obrigações do Tesouro (títulos a longo prazo) que valiam 7391 milhões de euros. Em bilhetes do Tesouro estavam aplicados 1296 milhões de euros."
Passado um ano da última decisão de Vítor Gaspar como ministro das Finanças,...
IONLINE.PT



O MASSACRE QUE NOS FLAGELA, O«RESGATE» FOI PARA SALVAR OS BANCOS . OU MUITO ME ENGANO OU VEM AÍ OUTRO ...
Harald Schumann, jornalista alemão que está a realizar um documentário sobre a troika, explica ao PÚBLICO por que acusou o Governo português de "censura".
PUBLICO.PT






Mas afinal em que é que ficamos??? Agora que todo o mundo já estava convencido que a culpa era do Socrates, vêm estes dizer que a culpa é do Barroso??? 
http://www.noticiasaominuto.com/economia/73961/merkel-e-sch%C3%A4uble-culpam-bruxelas-e-dur%C3%A3o-pela-austeridade
A chanceler alemã, Angela Merkel, e o seu ministro das Finanças, Wolfgang...
NOTICIASAOMINUTO.COM
Stiglitz acredita que a austeridade tem os dias contados
D.R.20/08/2014 | 15:03 |  Dinheiro Vivo

O presidente do Banco Central Europeu marcou o Simpósio da Fed nos Estados...
EXPRESSO.SAPO.PT|DE EXPRESSO - IMPRESA PUBLISHING S.A.



Os Estragos da Troika Por: Daniel Oliveira / Expresso






Daniel Bessa diz que Vítor Constâncio foi o mentor do ataque a Portugal e José Sócrates conduziu o avião.


Daniel Bessa compara a crise em Portugal com o atentado às torres gémeas e diz que Vítor Constâncio foi o mentor do ataque e que José Sócrates conduziu o avião. As acusações do antigo ministro de António Guterres e Presidente da Cotec foram feitas esta noite no Porto numa conferência onde esteve o atual governador do Banco de Portugal. http://sicnoticias.sapo.pt/economia/2014-07-11-daniel-bessa-diz-que-vitor-constancio-foi-o-mentor-do-ataque-a-portugal-e-jose-socrates-conduziu-o-aviao;jsessionid=110C05967509F5CCD8ABFAEA4A1D0E61



Presente na conferência internacional organizada pelo Banco Central Europeu (BCE) que desde domingo decorre em Sintra, o prémio Nobel da Economia de 2008, Paul Krugman, considerou que Durão Barroso entrou em profunda negação ao considerar que o euro não teve nada a ver com a crise que tudo resultou de políticas falhadas ao nível nacional e à falta de uma vontade política.
Para Paul Krugman o que aconteceu foi o seguinte: primeiro a criação do euro encorajou fluxos de capital para o sul da Europa, depois o dinheiro secou -- e a ausência de moedas nacionais significou que os países endividados tiveram de se submeter a um processo de deflação extremamente doloroso", afirma o economista, que tem sido muito crítico das políticas de austeridade na Europa.
Joseph Stiglitz A Austeridade é um completo Fracasso
As políticas de austeridade levadas a cabo um pouco por toda a Europa são "um completo fracasso e devem ser reconhecidas enquanto tal". Quem o diz é, mais uma vez, Joseph Stiglitz, nobel da Economia e crítico feroz das ferramentas utilizadas pela Zona Euro nos últimos anos.
Stiglitz acredita que a austeridade tem os dias contados
D.R.20/08/2014 | 15:03 |  Dinheiro Vivo

José Sócrates tinha razão.
Isto só lá vai com investimento público e privado.


É verdade, não há qualquer erro, INVESTIMENTO PÚBLICO quem o afirma é nada mais, nada menos, do que o nosso conhecido Jean-Claude Junker que mudou 180º do que defendia quando apoiou Passos Coelho. Junker juntamente com o PM italiano, actualmente a ocupar a presidência rotativa da União Europeia propõem investimentos na ordem dos 100 mil milhões de euros para revitalizar a economia europeia durante os próximos três anos. Passos Coelho assanhado adversário da iniciativa pública não ainda deu qualquer sinal de vida e continua afastado das propostas do PM italiano e de agora do convertido à realidade da economia de que iniciativa pública é o motor principal do crescimento económico.


Ferreira Leite diz caso BES mostra que programa da Troika foi mal concebido. (Afinal o que andou lá a fazer Catroga e Frasquilho)
Para a ex-líder do PSD, o programa de ajustamento da Troika foi "mal concebido" por "não levar em conta a nossa realidade": "Achámos que o setor público era a origem de todos os males (..)O problema do setor público está quase resolvido e afinal o país não cresce, porque afinal o mal não está apenas no setor público, está também no setor privado, como prova este caso", afirmou esta quinta-feira à noite na TVI24.
"Afinal havia ali um grupo ao nosso lado, esse sim, vivia acima das suas possibilidades e ninguém deu por nada (...) O que é que cá esteve a fazer a Troika e as pessoas que forneceram elementos à Troika?", acrescentou.

Foi sobretudo a ganância do sistema financeiro, e não o despesismo dos Estados, que conduziu a Europa ao atual beco sem saída. A mesma ganância conduziu à Grande Depressão de 1929. Por: Viriato Soromenho.


António Costa organiza convenção sob o lema Mobilizar Portugal este sábado, em...
PUBLICO.

O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, afirmou hoje em Bruxelas que a Europa está a pedir sacrifícios aos cidadãos “para salvar os bancos”,...
ECONOMICO.SAPO.PT|DE IBT INTERNET BUSINESS TECHNOLOGIES, SA


A Verdade da Mentira e a culpa de Sócrates.
OS Banqueiros são os culpados da crise e do pedido do resgate. Estamos todos a trabalhar para a banca.
O que levou o País e a Europa a esta situação/crise, foi a ganância dos bancos. Os Banqueiros deviam ter vergonha de sair à rua. Tudo começou em 2007 com a bolha imobiliária, "Suprime" nos EUA e em 2008 com a falência do Lehman Brothers. De seguida a economia arrefece a tal ponto que Bruxelas dá ordem para os Estados investirem e fala-se na Europa e nos EUA em TGV, Aeroportos e Portos além de Auto-Estradas. A receita a cobrar pelos governos cai a pique. Os Estados tomaram nas suas mãos o endividamento dos privados e de uma maneira geral da Banca. Nós por cá foram milhões e milhões, não só no BPN, mas também no BPP, BCP, BANIF e de uma maneira geral em toda a banca. A ordem na Europa foi para salvar a banca e não deixar falir nenhum. Aconteceu em toda a Europa, incluindo na Alemanha. A Irlanda é um dos melhores, ou antes dos piores exemplos. Dinheiro da troika não foi "para pagar salários e pensões", mas aos crédores.
O professor de Economia José Maria Castro Caldas afirmou hoje, em Coimbra, que o dinheiro emprestado pela 'troika' a Portugal não foi para pagar salários e pensões", mas para pagar a credores.
"A Dívida Privada é muito superior à dívida Pública. Porque ninguém fala disso. O que se passa então para a dívida subir em flecha? Foi porque o Estado passou a gastar muito mais na saúde, no ensino, na investigação? Não! A subida em flecha da dívida pública deu-se devido à quebra de receitas provocadas pela crise, porque no essencial o Estado tomou nas suas mãos o desendividamento e a capitalização da banca. Carlos Carvalhas." 
http://viriatoapedrada.blogspot.pt/2012/12/divida-castro-caldas-dinheiro-da-troika.html
http://viriatoapedrada.blogspot.pt/2012/12/carvalhas-ha-15-anos-costa-hoje-e-eca.html




Estou farto deles.
A zona euro está a ser governada por gente que professa um desrespeito infinito pela democracia. Gente que não crê no império da lei e menos ainda, na sã concorrência do mercado livre capitalista. Gente viciada no jogo da batota do casino de crédito financeiro. Gente habituada a parasitar a economia real - aquela que
produz riqueza material, tangível, fungível e transaccionável, ao contrário da indústria da especulação financeira que apenas cria "dívida" - impagável!...
Joe Wolf


Aventureiros sem glória

Não quero entrar nos detalhes da história da ascensão e queda de Ricardo Salgado. Tem demasiado odor a suor e outras secreções para ser um assunto sobre o qual alguém que preserve um sentido apolíneo da decência e da beleza queira escrever. O problema é de outra natureza. Salgado, Oliveira e
Costa, Rendeiro, Dias Loureiro são as ovelhas negras de uma casta que domina a Europa inteira: os banqueiros da UEM. Uma elite certificada pelo Tratado de Maastricht e pelas regras de funcionamento da zona euro. Tal como os aristocratas da Europa do absolutismo, também eles estão acima da lei geral. Inimputáveis, manipulam os governos e fazem do sistema de justiça um interminável jogo de paciência que termina, invariavelmente, em absolvição por cansaço e prescrição. Foi a sua desmesura que transformou o sistema financeiro, de importância vital para uma sociedade de mercado funcional, no palco para uma tragédia de Shakespeare. Nem todos os membros desta elite se comportaram abusivamente, mas a simples possibilidade de o abuso de poder passar sem castigo, provocou o carrossel de especulação e a avalancha de crédito Norte-Sul dos primeiros anos do euro. Foi sobretudo a ganância do sistema financeiro, e não o despesismo dos Estados, que conduziu a Europa ao atual beco sem saída. A mesma ganância conduziu à Grande Depressão de 1929. Nessa altura, sob liderança dos EUA de F. D. Roosevelt, o financismo foi colocado no seu lugar por uma firme regulação do negócio bancário, que garantiu a prosperidade económica durante muitas décadas. Hoje, a União Europeia continua paralisada, sem a necessária coordenação e firmeza políticas, indispensáveis para colocar o sistema financeiro dentro dos limites da lei e da ordem.  Por: Viriato Soromenho Marques / DN.


CARLOS CARVALHAS NO ENCONTRO NACIONAL DO PCP

«(...) Em relação à dívida do país em primeiro lugar é preciso recordar que a dívida privada é superior à dívida pública, coisa que esses senhores sempre escondem.

Segundo, é preciso também lembrar que em relação à dívida pública Portugal em 2007, ano em que a crise rebentou tinha uma dívida de 68,4% do PIB, ao nível da zona Euro, inferior à de países como a Itália, Bélgica, praticamente igual à da França e da Alemanha.

O que se passa então para a dívida subir em flecha? Foi porque o Estado passou a gastar muito mais na saúde, no ensino, na investigação? Não! A subida em flecha da dívida pública deu-se devido à quebra de receitas provocadas pela crise, porque no essencial o Estado tomou nas suas mãos o desendividamento e a capitalização da banca. ( Acrescento também das empresas públicas)

Os trabalhadores, os pensionistas e os pequenos e médios empresários têm estado a pagar o desendividamento da banca ao serviço dos banqueiros e dos grandes accionistas. Não é só o caso dos milhões e milhões enterrados no BPN, no BCP, no BPP, no Banif, são também os milhões que a banca ganha com o Estado, comprando dívida pública que lhes rende juros de 4,5,6% e que depois os deposita no BCE como colaterais, recebendo iguais montantes a 0,25%, os milhões que recebem em benefícios fiscais, os milhões que têm ganho com as PPP's e até com as rendas excessivas, pois no final são eles que estão por detrás de tais operações e empresas! (...


Defender a verdade - A mentira da Bancarrota

O primeiro erro, e talvez o mais grave, cometido pelo Partido Socialista nos últimos três anos foi ter desistido de contestar a tese da direita sobre as razões da crise. Deixámos que se consolidasse no país a ideia de que estamos em crise porque o governo anterior gastou de maisAlguns acharam que esta tese era tão poderosa e estava tão disseminada junto da população portuguesa que não valia a pena contestá-la e que seria melhor afirmar o início de um novo ciclo no PS e esperar que o povo atribuísse as responsabilidades ao anterior primeiro-ministro socialista e poupasse a nova direcção do partido. Se havia uma razão táctica por trás de tal atitude, também não é menos verdade que alguns dos actuais dirigentes nacionais partilhavam mesmo a tese da direita, o que ainda dificultava mais a sua contestação e a afirmação de uma alternativa política.

Para convencer os outros de que é possível fazer diferente, primeiro é preciso acreditar genuinamente nisso, e não era o que parecia quando ouvíamos alguns porta-vozes do PS para a área económica. Se tivéssemos optado por combater activamente a tese do despesismo como explicação da crise, talvez não tivéssemos convencido todos os portugueses, mas pelo menos não deixávamos a direita definir os termos do debate sem oposição.
É mais difícil combater a austeridade quando deixamos que se instale, sem contestação, a ideia de que a dívida cresceu intensamente porque se gastou de mais e não como consequência do funcionamento dos estabilizadores automáticos. Além disso, como muitos alertaram, não era por não falarmos do assunto que o povo português iria esquecer-se dele ou distinguir o PS de ontem do PS de hoje ou que a direita iria parar de nos acusar de sermos responsáveis pela bancarrota, como aliás se viu na última campanha para as europeias. Contestar a tese do despesismo como causa da crise não era defender José Sócrates, era defender a verdade.
Por: Por Pedro Nuno Santos / I /publicado em 11 Jun 2014 - 05:00



Ajudas a Portugal e Grécia foram resgates aos bancos alemães

É incorrecta a narrativa que os alemães contaram a si próprios de que a crise do euro teve a ver com o Sul a querer levar o dinheiro deles, diz ex-conselheiro de Durão Barroso.


Philippe Legrain, foi conselheiro económico independente de Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, entre Fevereiro de 2011 e Fevereiro deste ano, o que lhe permitiu acompanhar por dentro o essencial da gestão da crise do euro. A sua opinião, muito crítica, do que foi feito pelos líderes do euro, está expressa no livro que acabou de publicar “European Spring: Why our Economies and Politics are in a mess”.

A tese do seu livro é que a gestão da crise da dívida, ou crise do euro, foi totalmente
inepta, errada e irresponsável, e que todas as consequências económicas e sociais poderiam ter sido evitadas. Porque é que as coisas se passaram assim? O que é que aconteceu?

Uma grande parte da explicação é que o sector bancário dominou os governos de todos os países e as instituições da zona euro. Foi por isso que, quando a crise financeira rebentou, foram todos a correr salvar os bancos, com consequências muito severas para as finanças públicas e sem resolver os problemas do sector bancário. O problema tornou-se europeu quando surgiram os problemas da dívida pública da Grécia. O que
teria sido sensato fazer na altura – e que era dito em privado por muita gente no FMI e que este acabou por dizer publicamente no ano passado – era uma reestruturação da dívida grega. Como o Tratado da União Europeia (UE) tem uma regra de “no bailout” [proibição de assunção da dívida dos países do euro pelos parceiros] – que é a base sobre a qual o euro foi criado e que deveria ter sido respeitada – o problema da Grécia deveria ter sido resolvido pelo FMI, que teria colocado o país em incumprimento, (default), reestruturado a dívida e emprestado dinheiro para poder entrar nos carris. É o que se faz com qualquer país em qualquer sítio. Mas não foi o que foi feito, em parte em resultado de arrogância – e um discurso do tipo ‘somos a Europa, somos diferentes, não queremos o FMI a interferir nos nossos assuntos’ – mas sobretudo por causa do poder político dos bancos franceses e alemães. É preciso lembrar que na altura havia três franceses na liderança do Banco Central Europeu (BCE) – Jean-Claude Trichet – do FMI – Dominique Strauss-Kahn – e de França – Nicolas Sarkozy. Estes três franceses quiseram limitar as perdas dos bancos franceses. E Angela Merkel, que estava inicialmente muito relutante em quebrar a regra do “no bailout”, acabou por se deixar convencer por causa do lobby dos bancos alemães e da persuasão dos três franceses. Foi isto que provocou a crise do euro.

Como assim?
Porque a decisão de emprestar dinheiro a uma Grécia insolvente transformou de repente os maus empréstimos privados dos bancos em obrigações entre Governos. Ou seja, o que começou por ser uma crise bancária que deveria ter unido a Europa nos esforços
para limitar os bancos, acabou por se transformar numa crise da dívida que dividiu a Europa entre países credores e países devedores. E em que as instituições europeias funcionaram como instrumentos para os credores imporem a sua vontade aos devedores. Podemos vê-lo claramente em Portugal: a troika (de credores da zona euro e FMI) que desempenhou um papel quase colonial, imperial, e sem qualquer controlo democrático, não agiu no interesse europeu mas, de facto, no interesse dos credores de Portugal. E pior que tudo, impondo as políticas erradas. Já é mau demais ter-se um patrão imperial porque não tem base democrática, mas é pior ainda quando este patrão lhe impõe o caminho errado. Isso tornou-se claro quando em vez de enfrentarem os problemas do sector bancário, a Europa entrou numa corrida à austeridade colectiva que provocou recessões desnecessariamente longas e tão severas que agravaram a situação das finanças públicas. Foi claramente o que aconteceu em Portugal. As pessoas elogiam muito o sucesso do programa português, mas basta olhar para as previsões iniciais para a dívida pública e ver a situação da dívida agora para se perceber que não é, de modo algum, um programa bem sucedido. Portugal está mais endividado que antes por causa do programa, e a dívida privada não caiu. Portugal está mesmo em pior estado do que estava no início do programa.

Quando diz que os Governos e instituições estavam dominados pelos bancos quer dizer o quê?
Quero dizer que os Governos puseram os interesses dos bancos à frente dos interesses dos cidadãos. Por várias razões. Em alguns casos, porque os Governos identificam os bancos como campeões nacionais bons para os países. Em outros casos tem a ver com ligações financeiras. Muitos políticos seniores ou trabalharam para bancos antes, ou esperam trabalhar para bancos depois. Há uma relação quase corrupta entre bancos e políticos. No meu livro defendo que quando uma pessoa tem a tutela de uma instituição, não pode ser autorizada a trabalhar para ela depois.

Também diz no seu livro que quando foi conselheiro de Durão Barroso, o avisou claramente logo no início sobre o que deveria ser feito, ou seja, limpar os balanços dos bancos e reestruturar a dívida grega. O que é que aconteceu? Ele não percebeu o que estava em causa, ou percebeu mas não quis enfrentar a Alemanha e a França?

Sublinho que isto não tem nada de pessoal. O presidente Barroso teve a abertura de espírito suficiente para perceber que os altos funcionários da Comissão estavam a propôr receitas erradas. Não conseguiram prever a crise e revelaram-se incapazes de a resolver. Ele viu-me na televisão, leu o meu livro anterior (*) e pediu-me para trabalhar para ele como conselheiro para lhe dar uma perspectiva alternativa. O que foi corajoso, e a mim deu-me uma oportunidade de tentar fazer a diferença. Infelizmente, apesar de termos tido muitas e boas conversas em privado, os meus conselhos não foram seguidos.

Porquê? Será que a Comissão não percebeu? A Comissão tem a reputação de não ter nem o conhecimento nem a experiência para lidar com uma crise destas. Foi esse o problema?

Foram várias coisas. Claramente a Comissão e os seus altos funcionários não tinham a menor experiência para lidar com uma crise. Era uma anedota! O FMI é sempre encarado como a instituição mais detestada [da troika], mas quando foi juntamente com a Comissão à Irlanda, as pessoas do FMI foram mais apreciadas porque sabiam do que estavam a falar, enquanto as da Comissão não tinham a menor ideia. Por isso, uma das razões foi inexperiência completa e, pior, inexperiência agravada com arrogância. Em vez de dizerem “não sei como é que isto funciona, vou perguntar ao FMI ou ver o que aconteceu com as anteriores crises na Ásia ou na América Latina”, os funcionários europeus agiram como se pensassem “mesmo que não saiba nada, vou na mesma fingir que sei melhor”. Ou seja, foram incapazes e arrogantes. A segunda razão é institucional: não havia mecanismos para lidar com a crise e, por isso, a gestão processou-se
necessariamente sobretudo através dos Governos. E o maior credor, a Alemanha, assumiu um ponto de vista particular. Claro que isto não absolve a Comissão, porque antes de mais, muitos responsáveis da Comissão, como Olli Rehn [responsável pelos assuntos económicos e financeiros], partilham a visão alemã. Depois, porque o papel da Comissão é representar o interesse europeu, e o interesse europeu deveria ter sido tentar gerar um consenso de tipo diferente, ou pelo menos suscitar algum tipo de debate. Ou seja, a Comissão poderia ter desempenhado um papel muito mais construtivo enquanto alternativa à linha única alemã. E, por fim, é que, embora seja politicamente fraca, a Comissão tem um grande poder institucional. Todas as burocracias gostam de ganhar poder. E neste caso, a Comissão recebeu poderes centralizados reforçados não apenas para esta crise, mas potencialmente para sempre, que lhe dão a possibilidade de obrigar os países a fazer coisas que não conseguiram impor antes. É por isso que parte da resposta é também uma tomada de poder.
Por: Isabel Arriaga e Cunha/ P /(Bruxelas) 11/05/2014 




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O lado obscuro das crises!
O que não contam, porque não lhes interessa, os meios de comunicação social, especializados na "notícia financeira"!
Em Junho de 2011, 755 mil milhões dos 1660 biliões de dólares dos fundos dos de mercado de capitais dos Estados Unidos eram detidos sob a forma de dívida bancária europeia de curto prazo, com mais de 200 mil milhões emitidos só por Bancos Franceses!
Há semelhança do que se passou em 2008, esses bancos (inclusivé os Bancos Portugueses) contraiam empréstimos "overnight" para financiarem empréstimos a prazos muito mais longos.
Acontece que, além de serem financiados através de empréstimos de curto prazo obtidos nos mercados dos Estados Unidos, esses bancos europeus, conservadores e avessos ao risco, não tinham, afinal, perdido a crise hipotecária dos Estados Unidos. Mais de 70% dos SPV, criados para negociarem "em papel comercial apoiados por activos", hipotecas chocas, foram criados por bancos europeus.
Esta é que é a verdade que não se quer contar.
Se o ano de 2008 foi o ano da crise dos mercados hipotecários dos Estado Unidos, os maiores culpados, poderão ter sido os financiadores e canais europeus, sendo que, a maioria desses activos desvalorizados continuam encravados nos balanços desses bancos europeus, domiciliados ainda por cima, em Estados que não possuem uma impressora no "quintal"!
Em 2010, quando os juros da dívida soberana começaram a afastar-se, a capacidade dos bancos europeus se financiarem através de empréstimos de curto prazo dos Estados Unidos, ruiu: catrapum.
Não se iludam: EXISTIU NA EUROPA UM GRANDE MERCADO DE DÍVIDA COLATERALsediada em Londrese que constituiu durante largo tempo o "menú" preferido dos que agora nos obrigam a pagar a crise.
Deixo só este pequeno apontamento: em 2008, a dívida dos PIIGS - vejam lá o que nos chamam -, já colateralizava mais de 25% de todas as transações repo europeias. Esta foi a origem dos problemas que agora temos.
O Zé Povinho terá de pagar, as jogatanas dos investidores (especuladores) particulares e institucionaisFica ao vosso critério, a resposta que gostariam de dar...
Por: Paulo Lemos Conceição

Apanhada dívida por declarar. Se há dolo, é matéria criminal. GES fala em...
EXPRESSO|DE EXPRESSO - IMPRESA PUBLISHING S.A.






Presente na conferência internacional organizada pelo Banco Central Europeu (BCE) que desde domingo decorre em Sintra, o prémio Nobel da Economia de 2008, Paul Krugman, considerou que Durão Barroso entrou em profunda negação ao considerar que o euro não teve nada a ver com a crise que tudo resultou de políticas falhadas ao nível nacional e à falta de uma vontade política.
Para Paul Krugman o que aconteceu foi o seguinte: primeiro a criação do euro encorajou fluxos de capital para o sul da Europa, depois o dinheiro secou -- e a ausência de moedas nacionais significou que os países endividados tiveram de se submeter a um processo de deflação extremamente doloroso", afirma o economista, que tem sido muito crítico das políticas de austeridade na Europa.
http://krugman.blogs.nytimes.com/?module=BlogMain&action=Click&region=Header&pgtype=Blogs&version=BlogPost&contentCollection=Opinion

O presidente do PSD e primeiro-ministro defendeu hoje que o Governo fez o que era...
NOTÍCIAS AO MINUTO



Bancos custaram 4735 milhões aos contribuintes por via do défice

Governos gastaram em seis anos de crise 6134 milhões de euros, a maior parte em juros e injeções de capital, mostram dados do INE

As medidas tomadas nos últimos seis anos para salvar bancos e estabilizar o sector financeiro já custaram, em termos líquidos, 4735 milhões de euros aos contribuintes ou quase 3% do produto interno bruto (PIB), revelou ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE). O prejuízo foi parar ao défice.
O reporte das contas (défice e dívida) enviada ontem pelo INE a Bruxelas mostra que entre 2008 e 2013 os sucessivos governos (PS e PSD/CDS) gastaram 6134 milhões de euros em operações como pagamento de juros, injeções de capital, garantias entretanto executadas, nacionalização do BPN, tendo recuperado apenas 1399 milhões de euros. A diferença entre ganhos e perdas dá os 4735 milhões de prejuízo líquido.

Alguns dos casos são: BPN (1800 milhões de euros em 2010), aval ao BPP (450 milhões nesse ano), injeção de capital no Banif (700 milhões em 2013). Além disto, o Estado tem sido responsável pelo pagamento de juros resultante de endividamento contraído para segurar o sector bancário e financeiro. Aqui a fatura vai em quase 1700 milhões de euros. No capítulo dos reforços de capital o custo acumulado vai em 2050 milhões no período em análise.

O Governo, que também cobra juros e comissões pelas ajudas, está a receber gradualmente dos bancos o valor dos apoios. As exceções são BPN e BPP, que entretanto se tornaram em casos de justiça.

Ontem, o INE anunciou que o défice de 2013 ficou em 4,9%, abaixo dos 5,9% previstos em setembro e dos 5,5% combinados com a troika no final de 2012.

Apesar do gasto surpresa (extraordinário) com o Banif em 2013, as Finanças conseguiram ir além do acordado com a troika por via do “enorme aumento de impostos” lançado por Vítor Gaspar, o anterior ministro da tutela, e da amnistia fiscal de Maria Luís Albuquerque, que rendeu 1280 milhões de euros na reta final de 2013. Também esta é uma medida irrepetível.

“A melhoria no saldo em 2013 foi determinada em grande medida pelo aumento da receita de impostos e contribuições sociais. Para este aumento, é de assinalar o
contributo da receita extraordinária associada ao Regime Excecional de Regularização de Dívidas Fiscais e à Segurança Social que atingiu 1280 milhões de euros”, diz a autoridade estatística.

Este ano, a meta mantém-se em 4% do PIB, o que, de acordo com dados das Finanças citados pelo INE, corresponderá a um défice de 6793 milhões de euros.

A dívida pública, que atingiu o valor mais elevado de sempre em 2013 (129% do PIB ou 213,6 mil milhões), ainda vai subir em termos nominais, mas com a ajuda da retoma, o rácio deve descer para 126,8% em 2014. O PIB nominal deste ano foi revisto em alta, ganhando mais 855 milhões.

Estado ainda só conseguiu recuperar 1399 milhões dos 6134 milhões que meteu no sector financeiro desde 2008. Por: Dinheiro Vivo / 1/4/ 2014






Na altura, uma oposição capitaneada por um PPD-PSD desejoso de deitar a mão no 'pote', deu o dito por não dito, cedendo à chantagem de que o "Pedro ou teria eleições no pais ou teria eleições no partido". Não soube esperar a hora dele e, contra a estupefacção da Europa inteira, atirou Portugal para uma crise desnecessária e auto-infligida.
Os resultados estão à vista! Estamos piores que antes em praticamente Todos os dados!
Uma entrada SUJA só poderia acabar em SUJEIRA. É isto que esta direita (que expulsaria Sá Carneiro se ele fosse vivo) tem para oferecer aos portugueses ..para além de os ROUBAR. Por: Jorge Ribeiro



“A entrada da troika em Portugal resultou da pressão exercida pelo PSD e pelo CDS-PP.” A chanceler Angela Merkel “não queria uma intervenção concertada, regulada, com um Memorando. Lobo Xavier CDS






Muitissimo boa esta entrevista . Põe o dedo na ferida e revela aquilo que muitos sabiam mas fingiram que não. Nem comento, apenas coloco excertos da entrevista. Em todo o caso posso dizer que partilho , aliás como tenho dito em muitos posts , totalmente da visão de Philippe Legrain o aqula eu sáude por tido a coragem de vir dizer a verdade sobre a essência da origem da crise europeia . Aconseselho vivamente a ler a entrevista para se perceber os porquês e a narrativa falaciosa do nosso Governo e da Comissão Europeia na pessoa do seu Presidente Durão Barroso :
"Uma grande parte da explicação é que o sector bancário dominou os governos de todos os países e as instituições da zona euro. Foi por isso que, quando a crise financeira rebentou, foram todos a correr salvar os bancos, com consequências muito severas para as finanças públicas e sem resolver os problemas do sector bancário. O problema tornou-se europeu quando surgiram os problemas da dívida pública da Grécia. O que teria sido sensato fazer na altura – e que era dito em privado por muita gente no FMI e que este acabou por dizer publicamente no ano passado – era uma reestruturação da dívida grega. "
"Quero dizer que os Governos puseram os interesses dos bancos à frente dos interesses dos cidadãos. Por várias razões. Em alguns casos, porque os Governos identificam os bancos como campeões nacionais bons para os países. Em outros casos tem a ver com ligações financeiras. Muitos políticos seniores ou trabalharam para bancos antes, ou esperam trabalhar para bancos depois. Há uma relação quase corrupta entre bancos e políticos."
"Foram várias coisas. Claramente a Comissão e os seus altos funcionários não tinham a menor experiência para lidar com uma crise. Era uma anedota! O FMI é sempre encarado como a instituição mais detestada [da troika], mas quando foi juntamente com a Comissão à Irlanda, as pessoas do FMI foram mais apreciadas porque sabiam do que estavam a falar, enquanto as da Comissão não tinham a menor ideia. Por isso, uma das razões foi inexperiência completa e, pior, inexperiência agravada com arrogância"
"Houve orientação política, só que vinha da Alemanha. E a Alemanha aconselhou mal, em parte por causa da forma particular como os alemães olham para a economia, por causa da ideologia conservadora, e porque agiu no seu próprio interesse egoísta de credor em vez de no interesse europeu alargado. A UE sempre funcionou com a Alemanha integrada nas instituições europeias, mas aqui, a Alemanha tentou redesenhar a Europa no seu próprio interesse. É por isso que temos uma Alemanha quase-hegemónica, o que é muito destrutivo."
"Foi. É antes de mais uma crise bancária. Se olhar para Portugal, o principal problema era a dívida privada. Antes da crise, a dívida pública era sensivelmente a mesma que na Alemanha – 67/68% do PIBmas o grande problema que não foi de todo resolvido era a dívida privada que estava acima de 200% do PIB. Antes da crise, o que aconteceu em Portugal era, no essencial, bancos estrangeiros a emprestarem a bancos portugueses e estes a emprestar aos consumidores portugueses. A subida da dívida pública era reduzida, houve uns pequenos aumentos nos primeiros anos do euro, mas bastante menos do que na dívida privada "
"Depende. Com base nas políticas seguidas, a dívida portuguesa atingiu um nível perigoso [129% do PIB]. Os bancos deveriam ter sido reestruturados e a dívida do sector privado deveria ter sido resolvida. Nas empresas, através de procedimentos de insolvência do FMI que lhes permite continuar a funcionar enquanto a dívida é reduzida. Para os consumidores, com reduções de dívida a partir do momento em que os bancos reconhecem as perdas e as incluem nos balanços. Se isto tivesse sido feito, a trajectória da dívida pública portuguesa poderia ter permanecido sustentável, porque o sector bancário estaria a funcionar, a dívida privada seria inferior e por isso haveria mais crédito para investimento e maior consumo. Mas por causa dos erros feitos Portugal está numa situação difícil. Há quem pense que o que eu digo é uma loucura, alegando que os mercados estão a emprestar a Portugal a taxas muito baixas e que por isso a crise acabou, blá blá, blá, mas isso simplesmente não é verdade. Isso também aconteceu nos anos da bolha [financeira], antes de 2007, em que os mercados também emprestavam de forma incrivelmente fácil, o que não significava que não havia problemas "
"Penso que Portugal deve procurar obter uma redução da dívida oficial [dos empréstimos dos países do euro]. Também deve aproveitar agora a estupidez do mercado que está a emprestar a baixo custo para levantar o máximo possível de fundos e usar parte desse dinheiro para pagar parte da velha dívida. Mas não se deixem enganar que os problemas estão resolvidos, porque não estão."
"Bom, é preciso sublinhar que dado o crescimento gigantesco do crédito que aconteceu em Portugal antes de 2007, Portugal sofreria de alguma forma. Não estou a dizer que seria tudo perfeito. Mas a recessão foi desnecessariamente longa e profunda e, em resultado dos erros cometidos, a dívida pública é muito mais alta do que teria sido. A austeridade foi completamente contraproducente, as pessoas sofreram horrores e isso prejudicou imenso a economia."
"Sim, deveriam, necessariamente. Só que o problema, agora, é que os contribuintes alemães vão sentir que os outros estão atrás do seu dinheiro e acham injusto. E têm razão, é injusto. Só que a culpa não é dos ‘mal-comportados’ portugueses ou gregos, a culpa é de Angela Merkel que aceitou resgatar os bancos alemães com os empréstimos a Portugal e Grécia. É isso que é tão terrível, é que ao fazer justiça a Portugal e Grécia, está-se a confirmar, de facto, a narrativa incorrecta que os alemães se contaram a si próprios de que esta crise tem a ver com os maus do sul a quererem levar o dinheiro deles. Mas, de facto, o que aconteceu foi que Angela Merkel permitiu que os contribuintes alemães resgatassem, de forma indirecta, os bancos alemães. Esta é a tragédia." Por:Wolf Grey



POLÍTICA: ter uma Visão própria ou reagir à do (des)governo?
No «Eixo do Mal» o Daniel Oliveira emitiu uma excelente pista para explicar a razão, porque o Partido Socialista liderado por António José Seguro não consegue entusiasmar os seus potenciais apoiantes mesmo que as sondagens o tendam a aproximar da maioria absoluta em 2015, uma possibilidade não tão improvável quanto alguns querem fazer crer.Segundo o colunista do «Expresso» o líder socialista não tem uma visão própria para o futuro do país limitando-se a ir reagindo aos “sucessos” e dissabores do governo, caindo por isso nas emboscadas, que os spin doctors do PSD e do CDS não deixam de ir armadilhando com a conivência tácita do inquilino de Belém.
E, de facto, essa é uma das duas grandes diferenças entre o Partido Socialista de hoje e o da liderança anterior: em 1995, quando foi consagrado primeiro-ministro com a maioria absoluta, José Sócrates sabia bem ao que ia. Tinha o projeto de criar um país mais moderno e desenvolvido, que obrigava a apostas sérias no investimento na Educação (os Magalhães e o inglês desde o ensino primário), na Requalificação dos Recursos Humanos (Novas Oportunidades), na Investigação Científica, nas Energias Renováveis e na Reforma Administrativa (o Simplex). Nas exportações havia que procurar novos mercados para além dos que tradicionalmente as orientavam para os países da União Europeia e por isso não hesitava em promover o relacionamento com a Venezuela de Chavez ou com a Líbia de Kadhafi. E poderíamos prosseguir uma exaustiva descrição de tudo quanto de bom se estava a promover para que o país deixasse a imagem salazarenta do «pobres mas honrados», mas o texto ganharia então uma dimensão, que não se justifica para salientar o essencial: ao contrário do seu antecessor, desconhece-se o que António José Seguro quer para o país.
Como socialista - e sei que esta sensação é partilhada por muitos, mas mesmo muitos militantes de quotas em dia! - preferira que António José Seguro tivesse sido um defensor inabalável da herança anterior o que o colocaria agora na mais convincente posição de propor a retoma do projeto entretanto quase destruído pela política de terra queimada da atual coligação. Só teria tido, então, de demonstrar aquilo que é uma evidência cada vez mais óbvia para a maioria dos portugueses com dois dedos de testa: que a crise de 2009 nada teve a ver com o “despesismo” ou com excessivo investimento público, mas com os mesmos fatores externos, que agora são tão aleatórios a propiciar juros baixos quanto então os levavam a valores super especulativos (muito embora essa suposta aleatoriedade possa ser contornada pela lógica da fuga ou não de capitais para os tais países emergentes) .
Mas a outra grande diferença de Sócrates para António José Seguro reside em quem os secundava ou secunda. Enquanto o anterior primeiro-ministro tinha consigo gente de grande qualidade intelectual e irrepreensível competência técnica, que raramente cometeu trapalhadas como as deste (des)governo, é com preocupação que se encara a possibilidade de alguns dos atuais porta-vozes do Largo do Rato chegarem a  ministros ou a secretários de Estado.
Que serão bem melhores do que os de passos coelho ou de paulo portas não tenhamos dúvidas. Mas não nos podemos contentar com padrões tão rasteiros quantos os deixados por cratos, cristas e companhia. Porque, depois do cataclismo que tem destruído a economia nacional, a construção torna-se muito mais difícil e exigente do que a perspetivada por José Sócrates, quando teve de remover os escombros deixados por durão barroso e santana lopes.
Torna-se, pois, desejável que o PS venha a ter maioria absoluta em 2015, mas convirá que Seguro saiba congregar em torno de si os melhores. E, como se viu na lista para as europeias, se isso foi visível nos primeiros sete ou oito candidatos, tornou-se muito mais questionável para os que se lhes seguiram... Publicada por Jorge Rocha / Ventos Semeados

€360 mil milhões de dívidas incobráveis na Europa



















































Empresas europeias dizem-se sufocadas com falta de liquidez. Atraso nos pagamentos e faturas incobráveis estão a impedir 40% das companhias de contratarem mais pessoal.http://expresso.sapo.pt/8364360-mil-milhoes-de-dividas-incobraveis-na-europa=f869669





ISTO SÓ É POSSÍVEL COM A DESTRUIÇÃO DO VALOR DO TRABALHO

O governo da corja, ao colocar de pantanas a legislação laboral a favor do patronato capitalista, transferiu as mais valias produzidas pelo trabalho para o capital, com medidas que vão desde a redução do TSU do patronato, a diminuição dos impostos ao capital empresarial e o aumento da carga dos impostos sobre quem trabalha com os salários congelados, com a criação dum exército de 1 Milhão e 400 mil desempregados como fonte de recrutamento de
mão d'obra barata e precária, e com a canalização de recursos públicos para o sector empresarial privado, retirados das obrigações do Estado Social de que o governo se demitiu. Passos Coelho restaurou o corporativismo do sistema salazarista, privilegiando os empresários-capitalistas deste regime que são a sua base de sustentação.

Os cortes dos salários directos, a enorme subida da carga fiscal e as escolhas de incidência nela feitas e a redução dos salários indiretos - traduzida em compressão da esfera de direitos ligados à condição laboral e dos direitos sociais e económicos em geral, bem como dos serviços públicos que lhes servem de garantia universal - são apenas as faces mais visíveis dessa escolha ideológica do protofascista Passos Coelho.

O discurso antes e depois das eleições


                          


Dívida pública sobe e atinge 132,4% do PIB até março

A dívida pública portuguesa subiu para os 132,4% do Produto Interno Bruto no final do primeiro trimestre, acima dos 129% registados no final de 2013, segundo o Banco de Portugal. 
De acordo com os dados preliminares do Boletim Estatístico, divulgado pelo Banco de Portugal, esta quinta-feira, a dívida pública na ótica de Maastricht alcançou os 220684 milhões de euros em março deste ano.
Dívida pública sobe e atinge 132,4% do PIB até marçoNo final de 2013, a dívida pública portuguesa estava nos 129% do PIB, o equivalente a 213631 milhões de euros, o que significa que a trajetória da dívida continua em alta, segundo números do banco central.
O valor da dívida líquida de depósitos subiu ligeiramente no primeiro trimestre, alcançando os 197312 milhões de euros em março, o equivalente a 118,3% do PIB.
No Documento de Estratégia Orçamental 2014-2018, o Governo prevê que a dívida continue a subir este ano face a 2013, para os 130,2% do PIB.
O Executivo antecipa que a trajetória da dinâmica da dívida se inverta em 2015, caindo para os 128,7% do PIB nesse ano e chegando aos 116,7% em 2018, o último ano da projeção. 
Estas previsões indicam que a dívida pública vai continuar muito acima do limite de referência no Tratado Orçamental, de 60%, pelo menos até 2018. Por: JN



Ajudas a Portugal e Grécia foram resgates aos bancos alemães


13 de maio de 2014 por  
Philippe LegrainÉ incorrecta a narrativa que os alemães contaram a si próprios de que a crise do euro teve a ver com o Sul a querer levar o dinheiro deles, diz ex-conselheiro de Durão Barroso. Philippe Legrain, foi conselheiro económico independente de Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, entre Fevereiro de 2011 e Fevereiro deste ano, o que lhe permitiu acompanhar por dentro o essencial da gestão da crise do euro. A sua opinião, muito crítica, do que foi feito pelos líderes do euro, está expressa no livro que acabou de publicar “European Spring: Why our Economies and Politics are in a mess”.
A tese do seu livro é que a gestão da crise da dívida, ou crise do euro, foi totalmente inepta, errada e irresponsável, e que todas as consequências económicas e sociais poderiam ter sido evitadas. Porque é que as coisas se passaram assim? O que é que aconteceu?
Uma grande parte da explicação é que o sector bancário dominou os governos de todos os países e as instituições da zona euro. Foi por isso que, quando a crise financeira rebentou, foram todos a correr salvar os bancos, com consequências muito severas para as finanças públicas e sem resolver os problemas do sector bancário. O problema tornou-se europeu quando surgiram os problemas da dívida pública da Grécia. O que teria sido sensato fazer na altura – e que era dito em privado por muita gente no FMI e que este acabou por dizer publicamente no ano passado – era uma reestruturação da dívida grega. Como o Tratado da União Europeia (UE) tem uma regra de “no bailout” [proibição de assunção da dívida dos países do euro pelos parceiros] – que é a base sobre a qual o euro foi criado e que deveria ter sido respeitada – o problema da Grécia deveria ter sido resolvido pelo FMI, que teria colocado o país em incumprimento, (default), reestruturado a dívida e emprestado dinheiro para poder entrar nos carris. É o que se faz com qualquer país em qualquer sítio. Mas não foi o que foi feito, em parte em resultado de arrogância – e um discurso do tipo ‘somos a Europa, somos diferentes, não queremos o FMI a interferir nos nossos assuntos’ – mas sobretudo por causa do poder político dos bancos franceses e alemães. É preciso lembrar que na altura havia três franceses na liderança do Banco Central Europeu (BCE) – Jean-Claude Trichet – do FMI – Dominique Strauss-Kahn – e de França – Nicolas Sarkozy. Estes três franceses quiseram limitar as perdas dos bancos franceses. E Angela Merkel, que estava inicialmente muito relutante em quebrar a regra do “no bailout”, acabou por se deixar convencer por causa do lobby dos bancos alemães e da persuasão dos três franceses. Foi isto que provocou a crise do euro.
Como assim?
Porque a decisão de emprestar dinheiro a uma Grécia insolvente transformou de repente os maus empréstimos privados dos bancos em obrigações entre Governos. Ou seja, o que começou por ser uma crise bancária que deveria ter unido a Europa nos esforços para limitar os bancos, acabou por se transformar numa crise da dívida que dividiu a Europa entre países credores e países devedores. E em que as instituições europeias funcionaram como instrumentos para os credores imporem a sua vontade aos devedores. Podemos vê-lo claramente em Portugal: a troika  (de credores da zona euro e FMI) que desempenhou um papel quase colonial, imperial, e sem qualquer controlo democrático, não agiu no interesse europeu mas, de facto, no interesse dos credores de Portugal. E pior que tudo, impondo as políticas erradas. Já é mau demais ter-se um patrão imperial porque não tem base democrática, mas é pior ainda quando este patrão lhe impõe o caminho errado. Isso tornou-se claro quando em vez de enfrentarem os problemas do sector bancário, a Europa entrou numa corrida à austeridade colectiva que provocou recessões desnecessariamente longas e tão severas que agravaram a situação das finanças públicas. Foi claramente o que aconteceu em Portugal. As pessoas elogiam muito o sucesso do programa português, mas basta olhar para as previsões iniciais para a dívida pública e ver a situação da dívida agora para se perceber que não é, de modo algum, um programa bem sucedido. Portugal está mais endividado que antes por causa do programa, e a dívida privada não caiu. Portugal está mesmo em pior estado do que estava no início do programa.
Quando diz que os Governos e instituições estavam dominados pelos bancos quer dizer o quê?
Quero dizer que os Governos puseram os interesses dos bancos à frente dos interesses dos cidadãos. Por várias razões. Em alguns casos, porque os Governos identificam os bancos como campeões nacionais bons para os países. Em outros casos tem a ver com ligações financeiras. Muitos políticos seniores ou trabalharam para bancos antes, ou esperam trabalhar para bancos depois. Há uma relação quase corrupta entre bancos e políticos. No meu livro defendo que quando uma pessoa tem a tutela de uma instituição, não pode ser autorizada a trabalhar para ela depois.
Também diz no seu livro que quando foi conselheiro de Durão Barroso, o avisou claramente logo no início sobre o que deveria ser feito, ou seja, limpar os balanços dos bancos e reestruturar a dívida grega. O que é que aconteceu? Ele não percebeu o que estava em causa, ou percebeu mas não quis enfrentar a Alemanha e a França?
Sublinho que isto não tem nada de pessoal. O presidente Barroso teve a abertura de espírito suficiente para perceber que os altos funcionários da Comissão estavam a propôr receitas erradas. Não conseguiram prever a crise e revelaram-se incapazes de a resolver. Ele viu-me na televisão, leu o meu livro anterior (*) e pediu-me para trabalhar para ele como conselheiro para lhe dar uma perspectiva alternativa. O que foi corajoso, e a mim deu-me uma oportunidade de tentar fazer a diferença. Infelizmente, apesar de termos tido muitas e boas conversas em privado, os meus conselhos não foram seguidos.
Porquê? Será que a Comissão não percebeu? A Comissão tem a reputação de não ter nem o conhecimento nem a experiência para lidar com uma crise destas. Foi esse o problema?
Foram várias coisas. Claramente a Comissão e os seus altos funcionários não tinham a menor experiência para lidar com uma crise. Era uma anedota! O FMI é sempre encarado como a instituição mais detestada [da troika], mas quando foi juntamente com a Comissão à Irlanda, as pessoas do FMI foram mais apreciadas porque sabiam do que estavam a falar, enquanto as da Comissão não tinham a menor ideia. Por isso, uma das razões foi inexperiência completa e, pior, inexperiência agravada com arrogância. Em vez de dizerem “não sei como é que isto funciona, vou perguntar ao FMI ou ver o que aconteceu com as anteriores crises na Ásia ou na América Latina”, os funcionários europeus agiram como se pensassem “mesmo que não saiba nada, vou na mesma fingir que sei melhor”. Ou seja, foram incapazes e arrogantes. A segunda razão é institucional: não havia mecanismos para lidar com a crise e, por isso, a gestão processou-se necessariamente sobretudo através dos Governos. E o maior credor, a Alemanha, assumiu um ponto de vista particular. Claro que isto não absolve a Comissão, porque antes de mais, muitos responsáveis da Comissão, como Olli Rehn [responsável pelos assuntos económicos e financeiros], partilham a visão alemã. Depois, porque o papel da Comissão é representar o interesse europeu, e o interesse europeu deveria ter sido tentar gerar um consenso de tipo diferente, ou pelo menos suscitar algum tipo de debate. Ou seja, a Comissão poderia ter desempenhado um papel muito mais construtivo enquanto alternativa à linha única alemã. E, por fim, é que, embora seja politicamente fraca, a Comissão tem um grande poder institucional. Todas as burocracias gostam de ganhar poder. E neste caso, a Comissão recebeu poderes centralizados reforçados não apenas para esta crise, mas potencialmente para sempre, que lhe dão a possibilidade de obrigar os países a fazer coisas que não conseguiram impor antes. É por isso que parte da resposta é também uma tomada de poder.
A impressão que tivemos, em Portugal, é que a arrogância destes altos funcionários europeus vinha de uma falta de orientações políticas e de liderança, de Barroso e de Rehn… Como é que foi possível que uma instituição com uma responsabilidade tão grande sobre a vida das pessoas pudesse ter funcionado em roda livre sem orientação política?
Houve orientação política, só que vinha da Alemanha. E a Alemanha aconselhou mal, em parte por causa da forma particular como os alemães olham para a economia, por causa da ideologia conservadora, e porque agiu no seu próprio interesse egoísta de credor em vez de no interesse europeu alargado. A UE sempre funcionou com a Alemanha integrada nas instituições europeias, mas aqui, a Alemanha tentou redesenhar a Europa no seu próprio interesse. É por isso que temos uma Alemanha quase-hegemónica, o que é muito destrutivo.
Pensa que isso foi uma decisão tomada conscientemente por Angela Merkel?
Os erros vieram todos da violação da regra do “no bailout”. Merkel tem a seu favor o facto de ter atrasado durante muito tempo [a ajuda à Grécia]. Penso que ela não queria violar a regra do “no bailout”. Só que foi convencida a fazê-lo pelos três franceses e pelos bancos alemães, que disseram todos que seria irresponsável deixar a Grécia entrar em default. E, por causa deste erro fatal, de repente os contribuintes alemães sentem que são responsáveis pelas dívidas de todos os outros países. Por isso, a resposta natural dos alemães foi dizerem que querem maior controlo sobre os orçamentos e políticas económicas dos outros. Este foi o erro crasso. Transformou a natureza da UE, que passou de uma comunidade voluntária entre iguais para esta relação hierárquica entre credores exercendo o seu controlo sobre os devedores. Uma coisa é Portugal e outros, numa altura de desespero, aceitarem termos injustos, outra completamente diferente é aceitar numa base duradoura este sistema anti-democrático. Se nas próximas eleições for eleito um Governo diferente do actual e o sucessor de Olli Rehn for à televisão dizer que é preciso manter exactamente as mesmas políticas do governo anterior, naturalmente que os portugueses vão ficar escandalizados porque acabaram de eleger um novo Governo, pessoas diferentes e quem diabo é este comissário europeu não eleito que me diz que decisões sobre despesas e receitas é que tenho de tomar? Isto não é politicamente sustentável.
Então para si, a crise do euro foi antes de mais uma crise bancária mal gerida….
Foi. É antes de mais uma crise bancária. Se olhar para Portugal, o principal problema era a dívida privada. Antes da crise, a dívida pública era sensivelmente a mesma que na Alemanha – 67/68% do PIB – mas o grande problema que não foi de todo resolvido era a dívida privada que estava acima de 200% do PIB. Antes da crise, o que aconteceu em Portugal era, no essencial, bancos estrangeiros a emprestarem a bancos portugueses e estes a emprestar aos consumidores portugueses. A subida da dívida pública era reduzida, houve uns pequenos aumentos nos primeiros anos do euro, mas bastante menos do que na dívida privada. Este é que era o problema real, mas que os portugueses não enfrentaram, a UE e o FMI não ligaram, só se concentraram na redução da dívida pública. Por isso, como não resolveram os problemas reais do sector bancário, não resolveram o problema da dívida privada, só se concentraram na consequência, que foi o aumento da dívida pública. Só que as consequências sociais para Portugal desta profunda, longa e desnecessária recessão económica são trágicas. E ninguém é responsabilizado. Se tivesse sido um erro feito pelo Governo português, bom, podia ser corrido nas próximas eleições. Mas aqui as pessoas que fizeram os erros não são responsabilizadas. E depois as pessoas perguntam-se porque é que os europeus já não gostam da Europa. É surpreendente?
Pensa que a dívida portuguesa também deveria ter sido reestruturada, a pública e a privada?
Depende. Com base nas políticas seguidas, a dívida portuguesa atingiu um nível perigoso [129% do PIB]. Os bancos deveriam ter sido reestruturados e a dívida do sector privado deveria ter sido resolvida. Nas empresas, através de procedimentos de insolvência do FMI que lhes permite continuar a funcionar enquanto a dívida é reduzida. Para os consumidores, com reduções de dívida a partir do momento em que os bancos reconhecem as perdas e as incluem nos balanços. Se isto tivesse sido feito, a trajectória da dívida pública portuguesa poderia ter permanecido sustentável, porque o sector bancário estaria a funcionar, a dívida privada seria inferior e por isso haveria mais crédito para investimento e maior consumo. Mas por causa dos erros feitos Portugal está numa situação difícil. Há quem pense que o que eu digo é uma loucura, alegando que os mercados estão a emprestar a Portugal a taxas muito baixas e que por isso a crise acabou, blá blá, blá, mas isso simplesmente não é verdade. Isso também aconteceu nos anos da bolha [financeira], antes de 2007, em que os mercados também emprestavam de forma incrivelmente fácil, o que não significava que não havia problemas. Neste momento tem havido entrada de liquidez, que está a tapar os problemas subjacentes, mas essa liquidez pode inverter-se se o BCE, como penso que vai acontecer, nos desiludir da ideia de que poderá haver um Quantitative Easing (injecção de liquidez). Mas a situação vai mudar na mesma, porque as taxas de juro americanas vão subir, o que afectará todas as taxas de juro no mundo inteiro, incluindo em Portugal. Ao mesmo tempo, se olharmos para a economia subjacente, há agora um crescimento do PIB positivo, mas a inflação caiu tanto que o crescimento nominal do PIB é muito, muito baixo. E é muito difícil sair de uma dívida gigantesca quando se tem um crescimento nominal do PIB muito baixo. Por isso, na ausência de inflação, é preciso reestruturar a dívida.
Neste momento?
Penso que Portugal deve procurar obter uma redução da dívida oficial [dos empréstimos dos países do euro]. Também deve aproveitar agora a estupidez do mercado que está a emprestar a baixo custo para levantar o máximo possível de fundos e usar parte desse dinheiro para pagar parte da velha dívida. Mas não se deixem enganar que os problemas estão resolvidos, porque não estão.
Então, em sua opinião, os resgates a Portugal e Grécia foram sobretudo resgates disfarçados aos bancos alemães e franceses para os salvar dos empréstimos irresponsáveis, e que estão a ser pagos pelos contribuintes portugueses e gregos?
Claro que foram. No caso de Portugal, também havia bancos espanhóis, mas que também tinham obtido empréstimos dos bancos franceses e alemães. Era uma cadeia….
Isso significa que o sofrimento dos portugueses, o desemprego astronómico, os cortes de salários e pensões e os aumentos de impostos, tudo isto foi feito para salvar os bancos alemães e franceses?
Bom, é preciso sublinhar que dado o crescimento gigantesco do crédito que aconteceu em Portugal antes de 2007, Portugal sofreria de alguma forma. Não estou a dizer que seria tudo perfeito. Mas a recessão foi desnecessariamente longa e profunda e, em resultado dos erros cometidos, a dívida pública é muito mais alta do que teria sido. A austeridade foi completamente contraproducente, as pessoas sofreram horrores e isso prejudicou imenso a economia.
Mas pelo menos parte da dívida pública foi assumida para salvar dívida privada, incluindo dos bancos, portugueses e alemães. O que significa que são os contribuintes portugueses que estão a pagar para salvar esses bancos?
Sim, é verdade.
Numa união europeia, numa união monetária, governos e instituições europeias puseram os interesses dos bancos à frente do bem estar das pessoas?
Essa é a questão essencial. Estou inteiramente de acordo. Na primeira fase da crise, já foi suficientemente mau que os contribuintes tenham tido de salvar os bancos dos seus próprios países. Mas quando o problema alastrou a toda a UE, o que aconteceu foi que a zona euro passou a ser gerida em função do interesse dos bancos do centro – ou seja, França e Alemanha – em vez de ser gerida no interesse dos cidadãos no seu conjunto. O que é profundamente injusto e insustentável.
E destrutivo para a UE…
Exactamente. Essa é a tragédia. Em resultado dos erros cometidos, a Europa está a ser destruída, o apoio à Europa caiu a pique, velhos ressentimentos foram reavivados, outros nasceram, a par de tensões sociais no interior dos países. Podemos esperar que as eleições europeias sejam um sinal de alarme, mas duvido, porque o sentimento contra a Europa tem assumido frequentemente a forma de extremismos. Ora, é muito fácil atacar o extremismo, o que está certo, mas sem olhar para as causas subjacentes. Há pessoas que votam para partidos nazis porque são racistas, mas há outras que votam nesses partidos porque estão infelizes, perderam a esperança, sentem-se injustiçadas. É preciso olhar para as causas subjacentes, porque se não a UE está em muitos maus lençóis.
Em concreto: como a Alemanha e os outros países do centro são co-responsáveis pelos erros cometidos nos países ajudados para salvar os seus bancos, não deveriam agora aceitar um perdão de pelo menos uma parte dos empréstimos concedidos ao abrigo dos resgates?
Sim, deveriam, necessariamente. Só que o problema, agora, é que os contribuintes alemães vão sentir que os outros estão atrás do seu dinheiro e acham injusto. E têm razão, é injusto. Só que a culpa não é dos ‘mal-comportados’ portugueses ou gregos, a culpa é de Angela Merkel que aceitou resgatar os bancos alemães com os empréstimos a Portugal e Grécia. É isso que é tão terrível, é que ao fazer justiça a Portugal e Grécia, está-se a confirmar, de facto, a narrativa incorrecta que os alemães se contaram a si próprios de que esta crise tem a ver com os maus do sul a quererem levar o dinheiro deles. Mas, de facto, o que aconteceu foi que Angela Merkel permitiu que os contribuintes alemães resgatassem, de forma indirecta, os bancos alemães. Esta é a tragédia.
Qual e a solução agora?
É preciso um discurso de verdade. Não acredito que Merkel seja capaz de o fazer porque teria de admitir os erros. Seria preciso que algum líder ou político alemão explicasse a verdadeira história sobre o que aconteceu. Mas tem de haver um reconhecimento da verdade.
Mas pelo menos no caso da Grécia, a Alemanha vai ter de fazer alguma coisa, porque a dívida é totalmente insustentável…
Totalmente insustentável. [O ex-chanceler alemão] Helmut Schmidt disse que deveria haver uma conferência de dívida e Trichet poderia expiar os seus pecados fazendo-o, enquanto gesto de solidariedade europeia, como aconteceu com a dívida da Alemanha em 1924 e 1928. Se pensarmos bem, o que a Alemanha, a Comissão e as instituições da UE em geral fizeram foi abusar do facto de Portugal e Grécia quererem desesperadamente ser europeus e estarem aterrados com o que lhes poderia acontecer se saíssem do euro e por isso puderam impôr-lhes condições muito injustas. É um pouco como um marido violento que bate na mulher e que sabe que pode continuar porque ela ainda gosta dele e porque tem medo de o deixar. Isto é exactamente o oposto da solidariedade em que é suposto a Europa ser baseada. Por isso, quando digo que precisamos de um gesto de solidariedade, não é para resgatar o mau comportamento de Portugal e Grécia, mas um gesto de solidariedade para corrigir os erros horríveis dos últimos anos. Se os contribuintes alemães ficarem zangados, então a solução poderá ser uma taxa sobre os bancos alemães para recuperar o dinheiro, porque não?
O que sugere para Portugal poder começar a crescer?
É preciso uma reestruturação dos bancos, um perdão de dívida tanto pública como privada, é preciso investimento do Banco Europeu de Investimentos (BEI), dos fundos estruturais da UE e através dos ganhos de um perdão de dívida que reduza os pagamentos dos juros. Se os bancos estiverem a funcionar como deve ser, também haverá crédito ao investimento. E é preciso reformas, porque durante esta crise, as reformas defendidas pela Comissão e Alemanha foram, no essencial, redução de salários. Isto foi baseado num falso diagnóstico. Não é verdade que os aumentos salariais no sul da Europa foram excessivos nos anos pré-crise. Em termos de peso no PIB, os salários até caíram. Por isso não é verdade que esta foi a causa da crise, não é verdade que os salários precisavam de ser reduzidos. Só que esmagar salários provoca o colapso do consumo, agrava a recessão e agrava o peso da dívida, porque se os salários baixam, é mais difícil pagá-la. Tudo isto é baseado no erro de concepção alemão de que os custos salariais são uma coisa má e têm de ser reduzidos, quando, de facto, deveriam ser tão altos quanto possível, desde que justificados pela produtividade. Uma das histórias bonitas aqui é a dos fabricantes portugueses de calçado que ignoraram os conselhos da UE de reduzir salários, porque perceberam que com a concorrência de baixo custo da Turquia e China, se cortassem os salários, entrariam numa corrida para baixo. Em vez disso, decidiram investir para chegar ao topo do mercado, e em resultado disso, as exportações aumentaram, os salários aumentaram, o emprego aumentou. Este é o modelo que é preciso seguir, não caminhar para salários cada vez mais baixos.
E para a UE ? Qual é a solução para a crise? Falar de maior integração, de união política e orçamental tem sentido?
Não creio que seja preciso maior integração para resolver a crise. O plano em três pontos que dei a Durão Barroso em 2010 – reestruturação de bancos, reestruturação de dívidas, investimento e reformas – pode ser feito com as actuais instituições. Mas é preciso, sim, uma reforma institucional para fazer a zona euro funcionar melhor no futuro. E, a esse respeito, penso que é preciso ter um mecanismo verdadeiramente independente de resolução dos bancos, porque o actual não é. É preciso que o papel do BCE enquanto credor de último recurso dos governos seja tornado permanente em vez do actual mecanismo temporário e condicional [OMT]. Terceiro, é preciso restaurar a regra do “no bailout”. E é preciso dar aos Governos muito mais liberdade e flexibilidade para contrair crédito e para gastar – para isso, é preciso deitar fora o Tratado orçamental – embora prevendo, em última análise, a possibilidade de default. Esta é a disciplina. Os Governos e os mercados têm de saber que há o risco de default. A longo prazo, será preciso criar um tesouro da zona euro, com algum poder de tributação fiscal e de contrair crédito, que responda democraticamente perante o Parlamento Europeu e os parlamentos nacionais. Seria bom que houvesse um mecanismo de partilha de risco no seio da zona euro, mas infelizmente penso que ainda não existem condições para isso, porque os alemães olham para qualquer mecanismo de partilha de riscos como uma forma de transferência, e com todo o sentimento anti-europeu do momento, não há condições políticas. Mesmo que, de facto, fosse mais respeitador das democracias nacionais do que o sistema que temos agora. Porque teríamos mais integração ao nível europeu, com um orçamento da zona euro, mas igualmente muito maior liberdade ao nível nacional.
Sobre os resgates em si: disse que no caso do programa da Grécia as projecções macro-económicas eram totalmente irrealistas e que as condições impostas a Portugal foram “bárbaras”. Quem foi responsável por isto, o FMI ou a Comissão Europeia?
Foi a troika que o fez em conjunto, mas penso que o essencial da responsabilidade da parte orçamental dos programas é da Comissão. As projecções eram completamente falsas. Dá vontade de rir quando se comparam as projecções de 2011 com os resultados de 2013, é uma anedota. Isto resultou em parte da incompetência das pessoas responsáveis, mas há outro problema que é o da responsabilidade democrática. Olli Rehn e os seus altos funcionários decretam que o desemprego vai ser 12% mas se afinal é 20%, dizem “ah, ok, temos de mudar aqui este número na folha de cálculo”. Ou seja, não estão a lidar com a realidade. Esta instituição é uma redoma completamente desligada da realidade.

Estas mesmas pessoas vão continuar a mandar nas nossas vidas….

Pois é, é assustador. Além das alterações que é preciso fazer na zona euro, é preciso que a Comissão Europeia seja muito mais controlada no plano democrático. O que significa um presidente da Comissão eleito e maior controlo democrático perante o PE e os parlamentos nacionais. É preciso ligar o debate em Bruxelas com o que está a acontecer nos Estados membros. Porque este tipo de sistema quase imperial sem controlo democrático não é sustentável. Isto não vai mudar com as próximas eleições. Mas vai ser preciso, nos próximos cinco anos, construir uma democracia europeia a sério, mudar a natureza da Europa. Ou seja, precisamos de uma Primavera Europeia.(*) European Spring: Why our Economies and Politics are in a mess” (2014); Aftershock: Reshaping the World Economy After the Crisis (2010); Immigrants: Your Country Needs Them (2007); Open World: The Truth About Globalisation (2002) Entrevista de Isabel Arriaga e Cunha

Neste gráfico do Financial Times podemos ver o crescimento da Alemanha comparado com o da zona euro em consequência da gestão da crise....ou, o gráfico de uma história mal contada....será que a Alemanha precisa do apoio político do Parlamento Europeu e da obediência da Comissão como teve até agora, ou é mesmo altura de abrir os olhos e dizer BASTA?   Por: Elisa Ferreira

Meu caro Wolfgang Schauble,
Antes de mais: Du bist ein Hurensohn!
Uma nota:
ESTE ENERGÚMENO ACABOU DE AFIRMAR QUE: “AS CRÍTICAS À ALEMANHA SÃO PROVOCADAS PELA INVEJA QUE TODOS TEMOS DA ALEMANHA E DOS ALEMÃES”.
Meu caro, deixe-me dizer-lhe que de si, da sua Alemanha e dos Nazis, como o senhor, não tenho NENHUMA INVEJA.
As coisas de que o senhor tem ORGULHO e que acha que são MOTIVOS de INVEJA dos IMPRESTÁVEIS do Sul da Europa, a mim, GERAM ASCO e não inveja:
- Orgulham-se de terem destruído meia Europa duas vezes no mesmo século;
- Orgulham-se de terem encarcerado em campos de concentração, todos os que não pensavam como o senhor;
- Orgulham-se de terem dizimado as pessoas (6 MILHÕES) que não eram da vossa religião;
- Orgulham-se de terem feito experiências ignóbeis em seres vivos (mulheres grávidas e recém nascidos) para apurar a raça a que o senhor pertence (basta olhar para si para perceber a MERDA de resultado que deu);
- Orgulham-se de terem gasto (e NUNCA PAGO) o dinheiro que todos vos demos para reconstruir o vosso país;
- Orgulham-se de corromper os principais governantes europeus para venderem, a preços principescos, os vossos produtos de elite: comboios, submarinos, carros de combate, etc…
- Orgulham-se de usar o poder económico para gerir a moeda europeia de forma a que a vossa economia cresça e os outros fiquem na miséria;
Por isso, meu caro Wolfgang: de si e dos seus, NÃO TENHO QUALQUER INVEJA.
O SENHOR É UM DITADOR EM POTÊNCIA.
Não lhe escarro para cima, porque nem isso o senhor merece.
O senhor, e os seus, não valem nada. SÃO UM MONTE DE MERDA AMBULANTE. Cada vez que abrem a boca é para cuspir ódio e desprezo sobre os outros!
O SENHOR É UMA BESTA.
Não lhe dou um arraial de porrada, porque nem isso o senhor merece.
O senhor e os seus, não valem nada. SÃO PACOTES DE ESTERCO FORA DE PRAZO. Cada vez que abrem a boca é para cuspir ódio e desprezo sobre os outro!
O SENHOR É UM JAVARDO.
Não lhe despejo a sanita em cima, porque nem isso o senhor merece.
O senhor e os seus, não valem nada. SÃO ASSASSINOS PSICOPATAS. Cada vez que abrem a boca é para cuspir ódio e desprezo sobre os outro!
O SENHOR É UM ATRASADO MENTAL.
Não lhe dou um tiro, porque nem isso o senhor merece.
O senhor e os seus, não valem nada. SÃO A ESCÓRIA DA HUMANIDADE. Cada vez que abrem a boca é para cuspir ódio e desprezo sobre os outro!
Meu caro Wolfgang, repito: de si e dos seus, não tenho qualquer inveja.
Tenho, isso sim, como ser Humano, UMA IMENSA VERGONHA de que vocês existam.
Tenho, isso sim, UMA IMENSA VERGONHA de vocês serem Europeus! Por: Carlos Paz
26 de Março de 2013 · Lisboa
Banco central alemão dá "luz verde" a que o BCE avance com estímulos em Junho

Bundesbank está disposto a aceitar que o BCE passe a cobrar aos bancos pelos depósitos junto do banco central e que avance com um programa de compra de activos, segundo o “The Wall Street Journal”.
O banco central nacional mais poderoso do eurossistema, liderado por Jens Weidmann (na foto, à direita de Mario Draghi), admite dar a sua aprovação a que o Banco Central Europeu desça para “terreno” negativo a taxa dos depósitos, actualmente em zero, ou seja, passar a cobrar aos bancos quando estes “estacionam” liquidez no banco central.

Existe também abertura no Bundesbank para que o banco central avance para um programa de expansão monetária e compra de créditos titularizados aos bancos. O objectivo imediato é pressionar as taxas de juro no mercado e estimular a concessão de crédito.

O objectivo último é o de estimular a inflação na Zona Euro. Estas medidas podem avançar caso as projecções trimestrais actualizadas do “staff” de economistas do BCE, a divulgar em Junho, indicarem que a inflação acelerará mais lentamente do que o previsto.

A próxima reunião do conselho de governadores do BCE acontece a 5 de Junho. Nessa manhã, serão divulgadas as projecções económicas do “staff”. Neste momento, o BCE antecipa que a inflação seja de 1%, em média, este ano, 1,3% no próximo ano e 1,5% em 2016. No final de 2016, a inflação rondará os 1,7%, dizem as projecções actuais.

Um “cocktail” de medidas anti-crise
O “The Wall Street Journal”, que cita fontes próximas do processo, diz que na reunião de Junho não só a taxa dos depósitos pode passar para “terreno” negativo mas também a taxa de juro de referência poderá cair face ao actual mínimo histórico de 0,25%. Economistas têm indicado que pode haver um corte de 10 ou 15 pontos-base, para 0,15% ou 0,10%, respectivamente.

Mas o Bundesbank dá também a sua “bênção” a que o BCE alargue a garantia de “full-allotment” de meados de 2015 para meados de 2016. Isto significa que os bancos vão, por mais tempo, ter garantido que recebem toda a liquidez junto do BCE contra a qual conseguem apresentar colateral. Novos empréstimos de longo prazo podem também ser equacionados, diz o jornal.  13 Maio 2014,por Edgar Caetano | edgarcaetano@negocios.pt


Com o risco no euro cada vez maior, Nobel da Economia vai defender medidas mais...
ECONOMICO.SAPO.PT|DE IBT INTERNET BUSINESS TECHNOLOGIES, SA
Tem toda a razão Paul Krugman.
As inflações permanentemente baixas que têm ocorrido na zona Euro não só estão a obstar a uma recuperação económica mais rápida desta zona como colocam problemas acrescidos aos países mais endividados como Portugal em processos de ajustamento. Porque uma inflação muito baixa , ou negativa como tem ocorrido em Portugal , torna a Dívida desses países mais elevada em termos reais ou seja coloca facilita processos de insustentabilidade dessa mesma Dívida.
O Mandato definido para o BCE , ao contrario dos objectivos do FED americano do Banco Japão ou do Banco Central Reino Unido por exemplo , apenas lhe confere mandato de controlo da actividade monetária na Euro área de modo a manter uma inflação baixa admitindo-se , um tecto máximo de 2% a partir do qual, o BCE deve intervir activamente no controlo dos preços.
Porém, os mandatos dos outros bancos atrás citados além desta tarefa de controlo dos preços , e portanto , inflação também têm como objectivo o crescimento económico e o emprego isto é , accionar instrumentos para acelerar ou refrear a economia quando necessário.
Neste momento como o FMI e vários organismos internacionais e economistas de renome , têm vindo a chamar a atenção , efectivamente , de um risco crescente da Euro Área entrar em deflação ( expliquei isso numa Nota que publiquei aqui á relativamente pouco tempo ) . E a lembrança do que o Japão passou durante 15 de deflação ainda está na mente de toda a gente.
O BCE terá que agir urgentemente até porque, se a Euro Área cai num processo deflacionário , não é fácil sair dele ( o Japão que o diga ).
Também se sabe, que um dos maiores entraves da actuação do BCE é a " paranóia " alemã contra a inflação ( influencia do pós guerra e das políticas neo liberalistas monetaristas ) .
Draghi pareceu já ter percebido o problema por isso já anunciou que tem ao seu dispor , em ultimo caso , o instrumento da " quantitatif easing " ou seja comprar Dívida no mercado, injectando liquidez. Porém dois alertas devem ser efectuados :
1 ) À Merckel para que não pretenda gerir esta situação , que pode ser muito grave do ponto de vista económico para a Euro Área , como geriu a questão grega ou seja ,ir adiando sucessivamente o que era evidente e com isso provocar o risco sistémico a toda a Euro Área , nomeadamente, Portugal , Irlanda , Espanha e Itália ;
2 ) A Mario Draghi porque se apenas a sua ameaça , em 2013 , de que o BCE admitia compras ilimitadas de títulos caso necessário para segurar o Euro ( e desta ameaça nunca foi necessário passar à prática ) foi o suficiente para acalmar os mercados e os juros da Dívida terem baixado , não significa que no caso presente isso chegue . Sendo assim convinha quanto antes começar a utilizar os instrumentos à disposição do BCE para impedir a continuação da queda dos preços. Isto significa , assumir políticas inflacionistas pelo menos , temporariamente . E quanto mais tempo se for deixando passar, mais a magnitude e custo dos instrumentos monetários a utilizar.
Até porque o instrumento tradicional da taxa de juro neste momento pouco efeito terá. A taxa de juro do BCE está em 0.25 % ora, mesmo que caia para 0%, não se esperam grandes efeitos no investimento . Até pode ser totalmente contra procedente que isso suceda dado que, se estará a correr o risco da situação descrita por Keynes como a " Armadilha da Liquidez ".
É isto que Krugman vem dizer à Europa :
" Ajam ! Não estejam à espera que as coisas se resolvam por si ou de milagres ! "
Para Portugal, será fundamental uma inflação crescentemente positiva , atendendo a que não só será um estímulo à economia , através dos preços , como facilitará o pagamento da Divida em termos reais.  Espera-se que os responsáveis europeus tomem atenção ao que está a suceder ..
Por: Wolf Grey

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